Divinas Tretas #28
Newsletter carioca sobre maternidade e outras coisas. E dicas do peito, com as crias e sem as crias.
Olá, Divinas!
Nessa edição temos de tudo um pouco e sem querer nossos textos falaram entre si. O da Catarina e o da Dani conversam sobre esse sentimento de culpa que nos persegue. O da Marcela e o da Pri trazem reflexões sobre a tão amada (antes da maternidade) e agora tão assustadora férias escolares. E o da Ju, que está de aniversário, fala sobre estar atenta e forte. Parabéns Ju, que seja um novo ano divino maravilhoso 😉🥳
A treta das férias das crias
Eu queria entender quem inventou as férias escolares e não combinou com o resto do mundo que trabalha e que, quando tem um emprego estável, só tem um mês ao ano. Isso porque tô falando a partir de uma classe social que ainda tem algum direito trabalhista.
Não é à toa que as mulheres precisam ficar em casa TRABALHANDO, que as avós precisam cuidar dos netos.
É sobretudo por conta dessa cadeia feminina de cuidados que o mundo segue girando (para aprofundar esse papo, ouça o podcast O Assunto sobre a economia do cuidado que a Catarina recomendou na edição #23).
Existe um termo usado no planejamento urbano que é o de cidades ou bairros dormitórios. Ele se baseia na ideia de que os homens vão trabalhar longe de casa e só retornam para dormir. Olha, conceito mais machista não poderia existir. Porque, esses homens, obviamente, têm mulheres, têm filhos, têm família dependendo financeiramente dele.
Por outro lado, eles precisam dessa rede para poder sair de madrugada e voltar à noite. Sem ela, nada subsiste. E aí você vai me dizer que essa cidade é vazia? Que ela só serve de dormitório?
E as crianças que estudam? E as mulheres que lavam, que cozinham, que passam a roupa desse cidadão e de todos os outros? Que levam e buscam as crianças na escola? E as pracinhas? E os campos de futebol improvisados? E os mercadinhos?
O que tô querendo dizer é uma série de coisas misturadas, mas que estão baseadas na necessidade extrema e completamente invisível das mulheres que também, assim como os homens, estão TRABALHANDO, mesmo sem remuneração financeira direta.
Meu privilégio (conversando também com o texto da Catarina da edição #25) é estar em home office, podendo responder e-mails ao mesmo tempo que confecciono um dinossauro de garrafa pet. E se alguém me disser que isso não é jornada dupla sobreposta, senta aí pra aprofundarmos essa discussão e os limites do trabalho materno que não para nunca e que se multiplica ainda mais nas férias.
Tretas que ensinam
No nosso dia a dia, convivemos com muitas crianças habitualmente, amiguinhos dela e filhos de amigos. Agora nas férias, em viagem, por não ter tantas crianças próximas, acabamos fazendo mais amizades-relâmpago com crianças nos locais onde estamos e isso tem me dado um banho de aprendizado sobre o mundo além do meu mundo.
Outro dia estávamos na praia brincando na beirinha do mar quando duas crianças se chegaram pra brincar conosco. Eram dois irmãos: um menino de 4 anos e uma menina de 10. O menino tinha um jeito grosseiro, falava meio rude, gestos agressivos, que já me chamaram a atenção de início, mas seguimos.
Não tardou pra ele agir mal com a irmã. Tacou areia molhada nela diversas vezes, que reagia protegendo o rosto com as mãos e com tímidos pedidos para que ele parasse. Por algumas vezes jogou areia no rosto dela e ela respondia baixinho em tom resignado e olhando pro chão um singelo "ai, entrou no meu olho". Aos pedidos doces dela de que parasse, o menino respondia um "cala a boca" bem gritado. Caramba!
Eu sou difícil de ter pinimba de criança hoje em dia. Relativizo comportamentos reprováveis e tento sempre compreender os motivos por trás de cada ação. Mas esse tava difícil. Me peguei pensando se deveria intervir ou se não, visto que não sou nada deles e os pais estavam curtindo seus celulares sem dedicar qualquer atenção à dinâmica dos filhos.
Lembrei de uma coisa que o pediatra do meu filho uma vez falou. Ele disse que as crianças aprendem a se comportar vendo como seus adultos de referência se portam perante o mundo.
Para ele, é fundamental que a criança veja como você trata o garçom ao pedir uma comida, o porteiro ao sair do prédio, um amigo, um familiar, um prestador de serviço. Por isso, ele diz que não acha legal crianças ficarem só em telas em restaurantes e saídas em família, por exemplo.
Ao passar por essa cena, pensei tanto em como os adultos de referência dessas crianças devem agir, quanto em como eu sou responsável por me posicionar para que meus filhos saibam o que é certo e o que não é.
Para a irmã agir da forma como agiu, ela possivelmente já deve ter sido muito repreendida por confrontar seu irmão. "Ele é pequeno, não sabe o que tá fazendo". "Deixa, você é maior, não deveria se importar", dentre várias responsabilizações que adultos impõem a crianças filhas mais velhas. Ou seja, ela deve ter aprendido a se tolher nessa relação. O pequeno tirano também aprendeu que sua tirania tinha lugar: ele pode fazer esse tipo de coisa sem repreensão.
Se eles agem assim na frente dos pais, possivelmente já não esperam outra atitude além da prevista: uma indiferença que mantém o status quo.
E se quando eles agem assim na frente de um adulto desconhecido, esse adulto também não faz nada, não demonstra desconforto nem reprime a ação, isso só corrobora com o que eles já aprenderam previamente: que ele pode agredir a irmã e que ela não tem motivos para reclamar. Solidifica-se assim uma relação pautada em descaso, super responsabilização e com uma boa dose de machismo estrutural.
Eu, então, falei com suavidade: "não faz assim não que tá caindo areia no olho da sua irmã, ó. Acho que ta incomodando e pode machucar". Os dois ficaram um pouco surpresos, acho que não esperavam. E ele continuou. E foi direto jogar areia na minha filha. Aí nesse caso fui mais firme no tom: "não, não pode jogar areia nela não. Machuca e não pode". Ele ficou parado, meio sem processar. Foi o tempo do pai chegar chamando os dois para comer e eles saíram.
Ao saírem, perguntei a minha filha o que achou dos amiguinhos e ela, meio sem graça, falou que não gostou de algumas coisas que o menino tinha feito. Foi minha deixa para prosseguir na lição do dia e dizer que eu tinha achado o menino muito mal-educado e que eu não gostei da forma como ele agia com a irmã. Completei que senti alguma pena da irmã, que parecia não se sentir confortável pra reclamar. Minha filha concordou comigo e senti um certo alívio por eu validar que aquele comportamento realmente não era legal.
Afinal, em briga de marido e mulher (ou irmão e irmã, amigo e amiga, em briga no geral) é pra se meter a colher sim, se essa colher for prevenir futuras agressões e comportamentos duvidosos.
Tudo é divino maravilhoso
Por Ju
Hoje é meu aniversário. Gosto de começar assim, já contando pra todo mundo (sim, pode vir aqui me dar parabéns).
Acredito muito nas coincidências da vida, hoje dia 28 de Julho está saindo a Edição #28 e eu tô fazendo 28 anos. (Hahahahaha a quem queremos enganar, a coincidência parou ali na segunda repetição.)
Hoje eu completo 37 anos. Pode-se dizer que estou bem mais perto dos 40 que dos 30, quase no auge do segundo ato da minha vida. Na estrutura de escrita narrativa já passei do clímax do primeiro ato, estou ali chegando perto do grande plot twist, sinto a ação crescendo. Raphael T. A. Santos escreve: “Nosso protagonista conhecerá novos amigos e inimigos, familiarizando-se com estes e permitindo que o leitor tenha maior imersão em todos aqueles que fazem parte da história. Bem como, aprendendo sobre si mesmo, seus poderes, amigos e aliados, nosso personagem desbrava o caminho e começa a se adaptar para ter melhores chances de vencer. Desta forma, o personagem sente seu crescimento pouco a pouco”.
Como uma heroína da minha própria história, posso confirmar o que o Rapha descreve ali. Os últimos anos foram de muitos aprendizados, muito graças à terapia e ao mergulho profundo que tenho feito em mim mesma. Percebi as origens de muitos aspectos da minha personalidade, entendi minhas motivações, tanto as benéficas quanto as nocivas. Me acolhi e perdoei pelos meus atos indignos de orgulho e também me celebrei naquilo que mandei muito bem.
Também descobri e dei lugar a novas maneiras de ser e agir, deixando pra trás as velhas amarras (muitas das quais eu mesma me coloquei). Me permiti brincar, me permiti chorar, me permiti desistir e recomeçar.
Quando eu era mais nova, até me tornar mãe, eu amava essa data. Vivia esse dia na sua máxima potência, era o ponto alto do ano (bem ali no meio dele, no final das férias escolares). Entretanto, quando me vi afogada no caldo que esse puerpério longo me deu, parece que esse dia perdeu o encanto. Não sei se porque minha vida ganhou um novo ponto focal importantíssimo, não sei se porque eu estava perdida de mim mesma, em busca dessa pessoa que não era mais aquela que conhecia e também não tinha tomado forma na sua nova configuração.
Mas sinto que desde o último aniversário isso vem mudando. Eu estou mais atenta à minha própria voz, consigo colocá-la tão alta quanto a do mundo. Eu tenho querer, eu tenho lugar. Quero entrar nessa nova idade ainda mais segura de mim, ainda mais confiante de quem eu sou. De quem sempre fui, na verdade.
Quero me autorizar a sentir, agir, querer, aprender, desistir, desfazer, abandonar. Quero sentir mais, seja medo ou prazer, seja alegria ou uma saudade imensa. Não quero mais ficar dormente, quero estar atenta e forte.
A treta da tal liberdade
“O que que eu vou fazer com essa tal liberdade?”, diz o trecho da música que parece ecoar na cabeça de toda mulher quando se vê em uma oportunidade de poder fazer o que quiser e como quiser.
Ano passado eu fiquei sozinha, sem marido e filhos durante uma semana. Eles foram ver a avó em outro estado e eu não viajei porque precisava trabalhar.
Acontece que, na véspera da viagem eu fui demitida e acabei ficando uma semana com tempo livre. Fiquei sozinha no Rio de Janeiro com a voz desse pagode ecoando na minha mente.
Amo estar sozinha e fazer as coisas que eu quero e como quero (uma baita incoerência para uma mãe de três) e uma das preferidas é viajar. Como eu já tinha viajado sozinha antes, resolvi ir para o lugar que eu mais gosto no mundo e que não ia desde solteira: Ilha Grande.
Foi tão estranho decidir tudo que eu queria sem condicionantes, estar ali sem que precisasse me preocupar com a manutenção e sobrevivência de mais ninguém além de mim.
Viajar para esse lugar em especial, foi uma delícia, lembrava de todo mundo, mas eu estava amando a tal liberdade! Estar livre de rotina, filhos, marido me deixou leve demais. Parecia até uma outra Dani.
Mas aí vem aquela danada da culpa, né? Quando eu falava por chamada eu não queria expressar para meus filhos e marido o quanto eu estava amando estar sem eles, e curtindo muito esse momento comigo mesma.
Sim, amando estar sem eles. Escrevo isso sabendo o quanto serei julgada, mas certa de que é preciso que a gente assuma nossos sentimentos e sinta menos culpa.
Aonde já se viu? A gente sente culpa até por não sentir culpa. Quantas culpas podem caber nessa frase e na nossa vida?
Maternidade, mulher e culpa parecem até que já são palavrinhas que se conectam imediatamente. Tanto que, após dias com a tal liberdade, assim que voltei para casa, tratei de organizar, limpar, pois como que eles chegariam e veriam aquela bagunça toda de quem esteve ausente mergulhando nos mares de Angra dos Reis?
Até quando a gente sabe o que fazer com essa tal liberdade vem uma danada que insiste em ecoar na nossa cabeça e essa é pior que a voz do Alexandre Pires: a danada da culpa!
13 (f*ck*ng) verões
Atualmente existem dois tipos de posts nas redes sociais que me deixam angustiada, um deles é sobre os 13 verões que você vai passar com o seu filho. 13 verões é o novo "aproveita que passa rápido".
Daí você lê tudo e no final fica se sentindo mal porque queria passar pelo menos uns 15 dias desses 13 verões completamente longe desse ser que você ama mais que tudo, que é tão fofo que parece um algodão-doce vivo, e, ao mesmo tempo, parece o bicho-papão da sua energia.
O texto é lindo e verdadeiro, mas me dá uma ansiedade danada. Toda vez que vejo alguma variação desse texto nas redes, passo o dedo correndo. Esses dias vi um que eram 15 invernos! Sinceramente, me recuso a entrar nessa viagem.
O segundo tipo de post são aqueles que mostram "5 frases pra você falar na hora da birra" ou "7 coisas pra você fazer quando seu filho surtar".
Eu acabo sempre lendo na esperança tola de encontrar algum milagre nessas pílulas de sabedoria da internet.
Mas nunca tem nada de novo e o pior, eu nunca lembro nem meia coisa pra fazer na hora da birra, só penso em fugir e fingir que não conheço a criança que está gritando loucamente.
Trocamos textões por textinhos e vídeos do YouTube com pelo menos 10 minutos por reels de 30 segundos. Já li livros inteiros sobre birras e, mesmo assim, quando dou por mim, estou lá salvando os posts resumidos pra quem sabe ler um dia, mas até hoje nunca li e nem sei direito onde fica a pasta de posts salvos no Instagram. Como se decorar as frases ou as atitudes que preciso tomar fosse me dar um pouco mais de controle e calma nesses momentos de pura adrenalina que vivemos com nossos filhos.
Esses textinhos são, na verdade, um tapa com luva de pelica. Ao mesmo tempo que eles te fazem suspirar, porque te lembram que seu filho vai crescer e vai embora, eles te deixam mal por querer não estar presente o tempo todo. E os lembretes da birra eu sempre lembro depois que a birra passou. Mas, às vezes, eles ajudam, lembrei de um que era pedir pro filho socar a almofada, só que na hora esqueci que era pro filho e acabei socando a almofada eu mesma. Caímos na risada, deu certo e sobrevivemos.
Dicas do Peito!
🐣 Com elas (as crias)
Pizza para noites caóticas
Da Pri
Você conhece as melhores pizzas congeladas do Rio de Janeiro? Sério! A de shitake, de quatro queijos, de calabresa caramelizada… nossa. Nem sei escolher de tão boas e a um preço muito justo. Correria pra janta? Vale muito ter essa opção facinha, rapidinha, baratinha e certeza que as crianças vão amar (guarda uma pra você comer depois que elas dormirem também rs). Corre pra pedir a sua aqui!
Perguntar com curiosidade (e sem julgamento)
Da Ju
Há um tempo eu participei de um programa no Telegram com a Bete P. Rodrigues em que ela enviava áudios com as ferramentas da Disciplina Positiva e ia ajudando mães e pais por ali. Não sei se esse formato ainda existe, mas uma das ferramentas que eu achei mais valiosas e duradouras no meu maternar é a de Fazer Perguntas Curiosas. Por exemplo: você chega no quarto da criança e tá uma zona. Em vez de gritar “guarda isso já!” você pode perguntar, com uma entonação curiosa: “gente, o que será que aconteceu aqui? será que foi uma explosão vulcânica?! Como será que a gente pode resolver isso? Quem será a equipe de salvamento? Vamos chamar a Patrulha Canina!” e ir levando pro lado lúdico.
Outra situação em que já me vi: eu soube de um desentendimento entre meu filho e outra criança na escola. Atualmente minha postura é perguntar “e aí? você brincou com fulano hoje? ah não? ué, o que aconteceu? e depois? e o que a professora falou? e o que você achou disso? e o que você acha que fulano sentiu pra ele falar isso? ah, e você lembra o que você sentiu pra ter falado isso?” E por aí vai. Sem julgar, sem querer dar lição de moral ou resolver pela criança. Eu sei, eu SEEEEI que é difícil, mas aqui do alto dos meus 5 anos de maternidade (#contémironia) já vi que deu certo pra gente e criou um canal de comunicação melhor do que eu esperava com meu filho.
Passeio no bosque
Da Dani
Essa é mais uma dica BBB para o finalzinho de férias para quem mora nas quadradezas da Barra e Jacarepaguá: o Bosque da Freguesia.
É um espaço muito agradável, gratuito e super conservado, onde é muito gostoso fazer trilhas, piqueniques e passar um tempinho com as crias.
Pra quem vai de carro, pode estacionar no Rio Office & Mall (antigo Rioshopping), que tem uma entrada direto para o bosque.
O lugar é lindo, já fiz até aniversário da mais velha lá. Vale muito a pena!
💃 Sem elas (as crias)
Quentinha para dias caóticos
Da Pri
Nestas férias investi em ter uma quantidade razoável de quentinhas para jogar direto no micro-ondas. Na necessidade de fazer dois turnos de saída, a gente deu preferência a passeios matutinos perto de casa, para voltar e almoçar. E aí facilitou bastante já ter algo pronto. Recomendo muito as Delícias da Inês. Comprando 30, sai bem barato cada uma e as opções são diversas demais.
3 mulheres que pensam moda e figurino
Da Ju
Eu curto muito acompanhar as reflexões sobre Moda e Figurino no instagram delas:
A Luana de Sá é uma figurinista e líder de equipes que conheci lá no início da minha vida profissional e faço questão de seguir em contato, acompanhando os passos que ela dá. Mesmo que você não seja da área de moda e figurino, vale muito a pena segui-la no instagram, em especial pelas reflexões que ela faz maravilhosamente nos reels, sobre diversidade, trabalho, inclusão, e liderança feminina e feminista.
A Marina Santa Helena é podcaster, stylist, mestra em Moda e Têxtil e produtora de conteúdo sobre moda e figurino, além de escrever a news Estilo Possível aqui no substack.
A Melody Von Erlea mescla “arrume-se comigo” (com a participação da Matilda <3) com conteúdos muito profundos voltados pra moda, figurino, música, história e cultura pop. Suas análises são super bem construídas e eu adoro a visão dela.
Brinquedinho novo
Da Dani
Comprei um novo brinquedinho que estava doida para experimentar e aconselho bastante. Esse modelo funciona como massageador e também como estimulador clitoriano e de mamilos.
Não testei com boy, mas criatividade é tudo e acho que rola hein… Comprei aqui.
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→ Para ouvir sem as crias
→ Para ouvir com as crias
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