Divinas Tretas #43
Newsletter carioca sobre maternidade, mulheres e muito mais. Com dicas do peito para fazer com as crias e sem elas.
Olá pra quem tá divina e pra quem tá treteira (pode estar as duas coisas também!)
Essa é uma edição especial de dia da mulher, com textos que abordam sororidade, performances do que é ser uma mulher ou como ser uma, carreira acadêmica e maternidade.
Sempre indicando outras mulheres para seguir, livros para disseminar e outras cositas mais.
Longe de dar conta do que esse dia significa ou do que nós significamos nessa sociedade, apenas desejamos refletir sobre nossas realidades e como podemos transformá-las e ressaltar tudo que há de bom em nós.
Uma boa leitura e até a próxima!
Nós por nós
Bastidores desse texto: eu queria ter esperança, uma vibe positiva para essa data. Queria apenas exaltar o quanto nós somos competentes, boas, maravilhosas, capazes. O quanto de vida a gente cria e mantém. O quanto nosso trabalho deveria ser valorizado. Juro que queria, tô há alguns dias ruminando esse texto e tentando encontrar o ângulo certo.
Pensei em falar sobre o hábito já muito bem estabelecido de dar preferência às autoras nas minhas leituras, mas já falei disso na edição #9 da news. Nos últimos anos a esmagadora maioria dos livros que li foram de autoras e é cada vez mais difícil incluir homens escritores tamanha a oferta de histórias escritas por elas. A pessoa mais lida em 2023 foi uma mulher, a talentosíssima Carla Madeira.
Também poderia pegar uma música que me inspira e discorrer sobre ela, seu impacto em mim, fazer uma interpretação pessoal a partir daquela letra, como já fiz em vários textos por aqui. Por mais tentador que seja pegar esse caminho, que pra mim é bem fácil, não fui por ele.
Mas talvez o melhor ângulo dessa vez seja o de dentro. Fiquei pensando sobre o que é ser mulher pra mim, que me ensinou a sê-lo, como fazê-lo, como “agir” mulher. E sem dúvida tive os melhores exemplos.
Com minha mais velha, minha avó Janete, aprendi a acolher e estender a mão aos que precisam, dividir o que tenho em mais um pedacinho, pra assim multiplicar. No seu velório foram inúmeros os relatos que escutei de estranhos e velhos conhecidos de como a Dona Janete os ajudou alguma vez e o impacto que isso teve na vida deles.
Com minha mãe, Janaina, aprendi, entre quase tudo que eu sei, a cuidar de mim, a olhar pro meu bem estar e fazer um pouco por mim a cada dia. Foram muitas as maneiras que ela me ensinou de me fazer bem, seja pegando um solzinho numa fresta de janela, seja fazendo uma atividade física de maneira inegociável. Mas especialmente aprendi com ela a cultivar minhas mais antigas amizades. Minha mãe tem ainda muitas amigas que quase literalmente me viram nascer e são elas que, hoje em dia, a apoiam quando eu não consigo.
Com minhas amigas da infância aprendi a me divertir, a ser boba, a dar asas à imaginação, a dar risada de doer a barriga. Muitas delas ainda estão no meu convívio, com menos intensidade porque a vida teima em querer nos levar por caminhos mais afastados, mas as boas lembranças e a sensação de que “nos vimos ontem” permanece.
Com as amigas que ganhei com a maternidade eu aprendi o real valor do “ninguém solta a mão de ninguém”. Somos nós, todos os dias, ainda que de longe e cada uma num canto do mundo, que seguramos as barras umas das outras. A nossa amizade se alimenta de abraços virtuais, mas eles não são menos quentinhos que os reais que possam estar fazendo falta. Já recebi (e organizei) até vaquinha com dinheiro pra suprir alguma necessidade momentânea, de mulheres cuja maioria nunca se viu pessoalmente, mas que mantêm uma relação muito estreita de cuidado.
É nós por nós.
Carta aberta às meninas
Precisamos de vocês! Um dia você vai virar mulher.
Vão dizer que muitas coisas que você defende e se incomodam são mimimi.
Vão implicar com a sua roupa.
Vão controlar sua fala.
Vão vigiar suas roupas.
Vão padronizar seu corpo.
Vão te chamar de emocionada, caso você se envolva.
Vão te chamar de nervosa, caso você se coloque.
Vão te chamar de mimada, caso você exija.
Vão criar teorias para que você se sinta menor do que é.
Vão criar métricas inalcançáveis de peso, medida e outros.
Vão querer que você se oponha a outras mulheres.
Vão te silenciar.
Vão te violentar.
Vão te abusar.
Vão querer que você desacredite do seu potencial.
Vão se incomodar com você ser mulher.
Vão dizer como você deve ser mulher, mesmo que essa pessoa não seja uma.
Principalmente se essa pessoa não for.
E quer saber? Faça tudo exatamente como quiser!
Não desista de ser mulher: se coloque, exija, se emocione, fale alto, use o que quiser e seja como quiser. E principalmente, apoie todas as mulheres a fazerem o mesmo!
Melhor do que uma mulher que é o que quiser, são várias mulheres que lutam por isso. Não se incomode com o que vão fazer, lute cada dia mais.
Por você e por outras mulheres! Precisamos de vocês!
Desci do salto alto
Ela é boazinha, ajuda a mamãe, vai se arrumar, tão bonita, tão obediente, tá magrinha, assim já pode casar. Essas devem ter sido as frases que mais ouvi como uma criança mulher. Lembro de receber um tratamento diferente dos meus primos e irmãos na infância. Os meninos podiam muitas coisas, nós, poucas. Na adolescência comecei a entender que não precisava ser assim, que eu podia ter uma voz, vontades, ser diferente. O choque de perceber tantas disparidades causadas pelo gênero veio forte e tem dias que ainda me sinto como aquela adolescente se descobrindo no mundo. Perdida, afrontada, amedrontada.
Na idade adulta muitas descobertas, a maioria invisível aos olhos alheios, algumas visíveis, simbólicas e libertadoras. O abandono do salto alto foi uma delas. Assim que cheguei no Rio de Janeiro fui trabalhar no centro da cidade em uma grande empresa, quando tinha 20 e poucos anos. Eu, assim como 99% das mulheres do meu trabalho, andava pelas ruas de chinelo ou tênis, chegava no escritório e colocava um salto. Meu pé doía, eu nunca me dei bem com esse tipo de sapato.
Nas calçadas de pedras do centro, o salto ficava preso, tropeçar ou quase cair era o normal, meu pé vivia com bolhas e band-aid. E eu vivia sonhando com sapatos confortáveis. Até que a moda virou e comecei a usar sapatilhas com salto mais grosso. Eu as achava feias, mas usava porque passava pelo crivo do aceitável dentro do escritório. Os anos passaram e como num passe de mágica, os sapatos ficaram mais confortáveis, os tênis passaram a ser aceitos nos pés das mulheres e eu abandonei o salto alto pra sempre. Hoje não tenho nenhuma sandália de salto fino. Escolha pessoal minha, tenho trauma desse sapato que me apertava e me fazia sofrer sem saber o motivo.
Me desamarrei dessa vestimenta que não tem cadarço, virei uma Cinderela às avessas.
Outros hábitos que fui deixando e me causavam sofrimento: fazer as unhas e depilação com cera quente. Adeus bife, esmalte descascado e conversas amenas com estranhas. Não sinto nenhuma falta de vocês. Por vezes faço, só quando quero e não por obrigação. Depilação com cera quente não sei nem o que te dizer. Te deixei quando entendi que meu corpo era meu e meus pelos não eram da conta de ninguém. Não conheço uma viva alma que diga: aí que delícia hoje vou me depilar com cera quente.
Se colocar numa planilha, devo economizar bem uns 5 mil por ano ou mais com todos esses hábitos que abandonei na minha jornada em busca de mais liberdade. Entendo que muita gente faz tudo isso e adora. Eu fazia e odiava, mas não sabia que podia parar. Parei quando, numa confluência de maturidade, moda, ondas de feminismo e sabe se lá mais o que, me dei esse luxo. Dizer não.
Foi e é um movimento natural pra mim, observar como a minha condição de mulher me impunha certos afazeres que não faziam sentido. Sem grandes leituras ou estudos sobre o feminismo, fui rompendo barreiras, construindo outros hábitos. Melhores e mais conscientes. Dia 08 de março é a lembrança de que não somos livres, ainda precisamos de uma data enquanto os homens não precisam.
O caminho é longo, mas agora ando nele bem mais confortável. Em tempo, ganhei muita rosa e bombom nessa data quando trabalhava no centro da cidade, usando terninho e salto alto.
A treta de ser pesquisadora mulher e mãe
Até me senti privilegiada no meu instituto porque tive seis meses de licença maternidade. A cobrança, no entanto, começava dentro de mim mesma. E o sonho de terminar o doutorado e ser mãe virou um pesadelo quando entrou o elemento pandemia na equação. Foram meses desesperadores. Para além da rotina desgastante de ter um pequeno ser descobrindo o mundo, com sono ainda irregular e todas as demandas da casa, o enclausuramento deixava tudo por um fio. Se antes eu já me questionava de onde ia tirar a originalidade tanto prezada numa tese, nesse período tenebroso, eu só queria sobreviver e também ter criatividade para manter uma criança bem e saudável, sem telas e num lar minimamente funcional. Me exigiam isso, eu me exigia isso. Foi assim que aprendi. Espero que agora eu já tenha aprendido o suficiente para não passar adiante essa receita de bolo falida.
O custo de ser doutora e também mãe ainda não foi pago e nem será. Essa conta não vai fechar nunca. As perdas foram irreparáveis. Vale ressaltar, ainda, a grande resistência vinda de dentro da academia, pela principal pessoa que deveria orientar minha pesquisa. Novas ideias, antigas ideias, não importa. Quaisquer ideias fora da caixinha que não utilizem somente os autores “autorizados” pela universidade - cuja maioria é branca, masculina e heteronormativa, diga-se de passagem - são muito mais difíceis de validar. Assim, a defesa da minha tese se tornou realmente o que a palavra diz. Eu precisava defender minha hipótese, permitir meus autores a adentrar aquele lugar que por muitas vezes eles também foram desacreditados.
Essa pessoa que me questionou não conseguia alcançar quando eu falava sobre a perspectiva embasadora da minha tese que dizia que “em concordância com as autoras que antes de mim já questionavam o determinismo e a objetividade da ciência, defendo a importância das emoções como valor instrumental para desenvolver a pesquisa científica aqui apresentada” (FONSECA, 2021, p.22).
Para ele, que obviamente não era mulher, usar das emoções para produzir ciência era algo que não conseguia concatenar. Eu argumentava que:
A ideia de um sistema teórico universal vem sendo criticada veementemente por autoras feministas. Forjada em uma sociedade patriarcal, racista e machista, a epistemologia moderna incorre o risco de pressupor objetividade e racionalidade. Suas práticas investigativas e seus critérios estão fundamentados em uma perspectiva conceitual que leva em conta os valores da sociedade na qual se inscreve, cujos problemas conhecemos há tempos (FONSECA, 2021, p.22, 23).
Ora, quais são os valores da sociedade? Eles não estão imbricados também nas emoções? O que podemos dizer sobre a masculinidade frágil ou a fragilidade branca? Não são de fato sintomas desse nosso mundo? Mas, “o que ocorre é a naturalização da produção do conhecimento sob a ótica predominante (GIFFIN, 2006). O prisma da neutralidade escamoteia uma ideologia que cumpre papéis e interesses específicos na sociedade, geralmente no sentido de manter algum tipo de dominação (FOUCAULT, 2006)” (FONSECA, 2021, p.23).
Dessa forma, eu fiz questão de alertar qual era o tipo de pesquisa que estava fazendo e os motivos que me levaram a esse caminho. Eu quis centralizar o papel feminino, mesmo que este também tenha sido moldado pela sociedade. Era ele que eu conheia. E foi por isso que defendi que
já que às mulheres é imputada a dimensão emotiva e o cuidado para com o outro, que eu possa utilizar dessas variáveis de um modo inovador e crítico, propondo uma relação entre empiria e teoria a partir dessa conjugação. Esses valores, que a nós foram atribuídos, podem ser de grande valia para empreender a pesquisa e desenvolver projetos emancipatórios, que se preocupem com as pessoas e com a natureza (WILSON, 1991) (FONSECA, 2021, p.26).
No fim de tudo, eu entreguei o trabalho do jeitinho que eu queria (você pode baixá-lo aqui) e mesmo sabendo que não repetiria essa jornada, tenho orgulho do que realizei e agradeço aos envolvidos, porque foram muitas mãos me apoiando, me incentivando e cuidando de mim e dos meus. Na defesa - ato final que nos transforma em doutoras -, a banca se emocionou, lágrimas involuntárias rolaram dos olhos daqueles que me avaliavam e isso foi marcante para eu ter certeza que tinha conseguido cumprir meu objetivo.
Defesa on-line assistida pela mais velha e o mais novo já na barriga.
É muito bom saber que minha filha terá referências femininas em todos os tipos de profissão e, especialmente, na ciência. E sei que ela terá capacidade de ler, reconhecer e viabilizar caminhos diferentes, visões inovadoras e olhares contracoloniais.
A sensibilidade feminina da qual ora nos enaltecem e ora nos menosprezam é uma chave para ler as contradições da sociedade: “o conjunto concreto de experiências das mulheres não só as coloca em posições subordinadas na sociedade contemporânea, como as exclui do poder, fazendo-as ter uma visão diferente do mundo” (FARGANIS, 1997, p. 230). Por isso, em certa medida, nós mulheres, em graus maiores ou menores [...], estamos mais propícias, infelizmente, a reconhecer situações de vulnerabilidade em nós mesmas e nos outros, porque as experienciamos mais vezes. Ou seja, estamos em vantagem epistêmica para compreender as estratégias de controle da sociedade, bem como propor caminhos alternativos não opressores (FONSECA, 2021, p.26).
Referências:
FARGANIS, Sondra. O feminismo e a reconstrução da ciência social. In: JAGGAR, Alison M.; BORDO Susan R. (Org.). Gênero, corpo, conhecimento. Rio de Janeiro: Reccord: Rosa dos Tempos, 1997. p. 224-240.
FONSECA, Priscilla Rodrigues. Por outros sentidos de periferia: o caso de Campo Grande, Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Planejamento Urbano e Regional). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro-RJ, 2021.
FOUCAULT, Michel. Diálogo sobre o poder. In: ______. Ditos & escritos: estratégia, poder-saber. Organização Manoel Barros da Motta. Tradução Vera Lúcia Avellar Ribeiro. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, v. IV, p. 253-266, 2006.
GIFFIN, Karen Mary. Produção do conhecimento em um mundo “problemático”: contribuições de um feminismo dialético e relacional. Estudos feministas, v. 14, n. 3, p. 635, 2006.
WILSON, Elizabeth. The sphinx in the city. Londres: Virago, 1991.
Mulher Relaxada II
Uma vez escrevi aqui sobre um post de uma psicóloga gringa (que se autointitula The Relaxed Woman) que dizia nunca ter conhecido uma mulher relaxada, que a maioria de nós é tão oprimida pelas pressões impostas na gente que não conseguimos nos permitir relaxar. Sigo lembrando disso com uma frequência enorme na minha vida porque percebi esse comportamento em mim: eu não me permitia relaxamento.
Ainda tem um componente curioso a respeito disso tudo. Quando alguém te fala “Fulana é muito relaxada”, o que te vem em mente primeiro? Que Fulana está recém-saída de uma massagem? Que Fulana é uma pessoa calma, bem humorada? Ou que Fulana é displicente, principalmente no tocante da aparência?
É que é em português “mulher relaxada” não remete somente a uma mulher em momento de descanso, mulher em paz, mulher sem estresse. Tem também uma conotação de mulher desleixada.
A mulher de cabelo desgrenhado: relaxada. A mulher que não faz as unhas: relaxada. A mulher que vai de havaianas pra um lugar mais formal: relaxada. Então olha só as camadas que isso vai ganhando: é ruim ser taxada de mulher relaxada.
A mulher que “cuida de si” é o contrário de uma mulher relaxada. E aqui uso aspas para o “CUIDA DE SI” porque outra coisa que ganhou camadas e camadas foi todo esse lance de autocuidado, principalmente (talvez até somente) quando se trata de autocuidado da mulher. Quantas vezes vemos posts de pagininhas da moda no Instagram falando de autocuidado como rotina de skincare ou tirar um tempo para se valorizar a.k.a. passar maquiagem e se sentir mais bonita? Ou quando dizem pra mulher no puerpério pra ela ter uma tempo pra si e isso significa não passar o dia de moletom, ir colocar uma roupinha bonita, pentear o cabelo?
Veja bem, essas coisas podem vir a ajudar alguém no puerpério. Às vezes estamos nos sentindo distantes daquela mulher que nós fomos antes daquele turbilhão da gravidez, parto e primeiros meses de um bebê e usar uma roupa de antes, pentear o cabelo faz a pessoa se olhar no espelho e se reconhecer minimamente.
O problema é quando isso vira mais uma demanda a se dar conta, mais uma obrigação que se não for cumprida cai como uma bigorna de carga mental.
Às vezes o que a mulher mais precisa é se sentir não julgada por querer passar o dia numa roupa confortável que se manchar de cocô de recém-nascido não vai significar uma perda de uma roupa bonita.
Ou seja: o problema é que muitas vezes essas dicas de autoajuda ajudam somente a pessoa a se sentir culpada e inadequada. Mais uma vez temos aqui a mulher de moletom e despenteada, com leite vazando dos peitos pernas cabeludas: uma mulher relaxada. Mas de relaxada, convenhamos, essa puérpera não tem nada. Ela é uma mulher tensa, cansada, ansiosa, tantas coisas. Relaxada não.
Então como achar essa justa medida pessoal e intransferível do seu nível desejado de relaxamento? Como se olhar no espelho e se sentir bem e ser relaxada, no sentido que for? É possível relaxar e não ser displicente? Queremos isso? Quais os nossos medos e barreiras na nossa jornada em busca de sermos mais relaxadas? Deixo aqui essas reflexões para você e para mim, que seguirei buscando a mulher relaxada em mim.
Dicas do Peito!
🐣 Com elas (as crias)
Meninas nas páginas
Da Ju
É sempre bom mostrar pras crianças (meninos também) as possibilidades que existem pras meninas. Indico aqui 5 livros ilustrados para várias idades que cumprem essa função com leveza e competência (como tudo que mulher faz):
Meninas - lançamento da Oh!, traz as histórias de meninice de 10 mulheres notáveis da nossa história brasileira. Muito interessante ver as brincadeiras, medos e desejos dessas crianças, gente como a gente.
Princesas escalam montanhas? - Com rimas deliciosas e ilustrações fofas, mostra muitas coisas que as meninas são capazes de ser e fazer, rápidas, cuidadosas, divertidas, ousadas, espertas. Um queridíssimo do Tutu já há alguns anos.
Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis - Livro escrito por Jarid Arraes, recomendo pros maiores, pelo volume de texto e as temáticas tratadas. Traz à luz as histórias de mulheres negras que fizeram a diferença na nossa história.
A menina que amava as plantas - fruto de uma história real, conta de uma menina muito esperta e observadora que viu o poder das plantas e se tornou uma grande cientista, pesquisando e criando uma forma de cura para a malária.
Coisa de Menina - Um livro muito gostoso de ler que traz afirmações sobre tudo que é coisa de menina: coragem, diversão, amizade, esperteza, alegria, superação. As ilustrações são muito lindinhas.
Beata – leitura para pequenas feministas
Da Dani
Em Beata a menina das águas, a autora Elaine Marcelina apresenta neste livro a história de Beatriz Moreira Costa, uma das maiores figuras de destaque da cultura afro-brasileira: Mãe Beata de Iemanjá.
O livro conta como a vocação espiritual impulsionou a jornada de Beata, que não só se empoderou, mas ajudou outras mulheres a fazer o mesmo: foi ativista pelos direitos humanos, contra a intolerância religiosa, a homofobia e o racismo.
Meninas e Mulheres entre o céu e o mar
Da Catarina
O Museu da Astronomia está com uma programa especial para o mês da mulheres. O MAST é um espaço de pesquisa, preservação e divulgação da ciência e tecnologia. Funciona de 3ª a 6ª, das 9h às 16h30. Sábados e feriados das 14h às 17h30. Fica na rua General Bruce, 586 - São Cristóvão, Saiba mais aqui nesse post:
Contos subvertidos
Da Pri
Comecei a ler o livro “Contos de fadas para meninas corajosas” com a pequena mesmo tendo achado um pouco avançado pra idade porque envolve lanças, espadas e afins. Mas a introdução me pegou de jeito: “contos populares de quinze mulheres que tomam o controle de seus próprios destinos e esculpem seus próprios caminhos”. Com certas adaptações do texto, tô gostando muito da leitura e das ilustrações. É muito importante a gente internalizar em nossas meninas a independência, a capacidade resolutiva e todas suas nuances. Espero que a gente consiga contribuir para um futuro com mulheres que não precisem de nenhum homem para ser feliz, que não idealizem relacionamentos amorosos como o único caminho para satisfação pessoal, que façam suas próprias carreiras e escolham o que for melhor para elas e para os seus sem perder de vista a si mesmas.
Espetáculo Quebra-Cabeça
Da Marcela
Esse fim de semana estreia uma peça com uma proposta super interessante: é uma peça de improvisação para crianças, envolvendo comédia e fantasia. Ou seja, cada espetáculo será único, já que ele se dá através da interação com o público mirim.
Temporada de 09 a 31 de março, aos sábados e domingos, no Tablado. Ingressos nesse link aqui no Sympla
💃 Sem elas (as crias)
Mundo Invertido
Da Ju
Indico aqui algumas criadoras de conteúdo que têm escancarado, com muito humor, as diferenças com que homens e mulheres (e pais e mães) são vistos na sociedade. Pra dar aquela risada triste, o famoso #kkkrying #chorrindo.
Clare Brown (em inglês com legendas, inverte não só papéis de gênero como também de raça)
Essa série do Ivis
Lista do que te faz falta
Da Marcela
Agora falando de autocuidado de verdade, sem ser maquiagem e roupa arrumada, uma coisa que nos conecta com que fomos antes da maternidade é voltar a fazer coisas que curtíamos e que paramos depois da rotina com os filhos. No meu caso, uma dessas coisas é ir ao cinema. Coloquei como prioridade e agora tenho ido mais.
Então pra o seu autocuidado mental, minha sugestão é fazer uma lista de coisas que você fazia, parou de fazer e gostaria de voltar fazer, ou voltar a fazer mais vezes. Compartilhe aqui conosco (nos comentários do substack ou nos mandando no insta) algumas delas! Vamos gostar de trocar essa ideia.
Mulheres que divulgam ciência
Da Pri
Já que falei sobre mulher e ciência, nada mais digno do que exaltar a Deusa Cientista que muito me ensina sobre aspectos invisibilizados do mundo científico, pensado e criado por negras, negros e indígenas. Vale muito a pena segui-la e ficar embasbacada com o tanto de informação relevante e descobertas sensacionais dos povos ancestrais.
Você conhece as feministas do funk?
Da Dani
A minha playlist da academia só dá elas!
Mesmo que você não curta o ritmo, vale a pena conhecer a trajetória das mulheres do funk, que através da música em um movimento dominado pelos homens, começaram a falar de machismo, liberdade sexual e temas que incomodam muito o machismo. Indico demais assistir a esse vídeo no youtube para que todos possamos promover essas mulheres incríveis.
🎶 Já conhece as nossas playlist no spotify?
→ Para ouvir sem as crias
→ Para ouvir com as crias
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Amei essa edição, mulheres. Vcs são demais. Obrigada por somarem tanto na minha vida!
Obrigada por essa edição, gente! Eu acordo nesse dia sempre com preguiça e certo medo do que vou ler por aí, mas vocês foram maravilhosas, me emocionei com o da Ju e da Dani, me identifiquei demais com o da Catarina e da Marcela e sigo mais admirada com a Pri. Como é bom acompanhar vocês ❤️