Divinas Tretas #31
Newsletter carioca sobre maternidade. E dicas do peito, com as crias e sem as crias.
Olá, Divinas & Treteiras que nos leem!
Essa não é uma edição temática, o que significa que cada uma de nós escreveu um texto sobre o tema que quis. E, ainda que não tenha havido nenhum planejamento, os textos que você lerá a seguir têm muitos pontos de contato.
O tema do aprendizado aparece com força no texto da Pri, com enfoque em educação, falando sobre leituras na infância e sua consequência na vida adulta. No texto da Dani, ela fala sobre como criar crianças de mesma idade, mas de gêneros diferentes e todos os questionamentos – e aprendizados- que surgem a partir de uma maternidade gemelar. Já a Marcela fala sobre como as mudanças que sofremos (ou não) ao nos tornarmos mães nos faz aprender tanto sobre nós mesmas e cita em determinado momento que educar é uma das tarefas mais difíceis da maternidade. A Cat também traz sua inquietação em como educar emocionalmente sua filha para minimizar possíveis sofrimentos nas suas relações. A Ju mostra um ângulo de visão inverso: às vezes achamos que nossos filhos são difíceis de educar, exigem um trabalhão, mas e nós? Será que somos fáceis para eles?
O aprendizado é uma chave de leitura importante da maternidade. Leia e depois deixe seus pensamentos sobre isso nos comentários. Vamos amar a troca!
A treta de pensar no que é o melhor
"Por que você sempre tá com um livro na mão, mamãe?" Essa pergunta não saiu mais da minha cabeça. Eu tento ver em perspectiva para o futuro, mas esse exercício só existe do presente para o passado.
Eu fiquei pensando no impacto dessa cena cotidiana na vida de uma criança. Se fosse eu no lugar da minha filha, meu caminho teria sido diferente do que foi?
Desde que ela aprendeu a pedir, introduziu por conta própria a leitura antes de dormir, passou a buscar na estante um a um. Decorava os finais de frases e algumas vezes a peguei recitando de cabeça partes de alguma história.
Agora estamos numa fase muito fofa com o mais novo, que dorme e acorda com o livro debaixo do sovaco (literalmente), vai na bicicleta agarrado com pelo menos um e chora como se tivesse sido atacado por um animal selvagem querendo entrar no chuveiro com o livro da baleia. Chego até rir de desespero.
Não esqueço, contudo, de uma colega francesa que estudou comigo no doutorado e que a cada aula citava um livro diferente que fazia paralelo com o que era dito. Literatura, poesia, ficção. Não importava, ela sempre lembrava de alguma coisa que fazia sentido com a teoria que ali era apresentada. Até que uma vez disse a ela que queria ser assim, ter lido tantos livros que seria corriqueiro fazer essas conexões. E sabe o que ela respondeu? Que ela leu muitos livros assim porque não tinha TV em casa. Os pais dela não davam acesso. Em comparação, ela sabia muito pouco sobre coisas que se passavam nas telinhas. E ela falou isso ressentida, magoada, angustiada. Ela odiou a experiência de ter sido proibida de acompanhar o que acontecia nos canais televisivos. Se sentia uma peixinha fora d'água.
A gente não chega nem perto de proibir a TV e nem obrigamos ou criamos a rotina dos livros que eles mesmos propuseram. Eu me sinto orgulhosa no momento de vê-los tão conectados às páginas escritas, mesmo nem sabendo ler ainda. Porém, confesso que também fico com certo receio do que vão falar de mim e do pai no futuro. Será que vão avaliar essa experiência como algo positivo?
Porque educar, criar uma criança, é isso, né? Você faz de acordo com o que você pensa ser o melhor.
Eu não duvido dos pais franceses imaginarem que era o melhor que eles poderiam oferecer aos filhos. Mas a menina deu uma leve traumatizada, mesmo eu achando sensacional as sacadas que ela tinha em classe.
Na minha casa, quando eu era criança, eu tinha no máximo dez livros, o que não me impediu de um dia virar doutora.
Então, tem a educação, mas tem quem a gente é e quem a gente quer ser.
Nem parece que você teve filho
Ou a saga de tentar não mudar nada quando tudo muda - uma continuação da reflexão do meu texto da edição passada.
Dentre os elogios mais detestáveis que uma mulher pode receber, para mim, está o "olha, nem parece que você teve filho!". Esse elogio é um perigo.
Quando se tem um filho, tudo muda. Sua rotina, seu sono, sua vida sexual, até sua relação com seu companheiro ou companheira pode se transformar radicalmente. E é suposto que mude mesmo, afinal ter um filho não é ir à padaria. É colocar um ser humano no mundo e todo o impacto que isso representa. É atender às demandas desse ser totalmente dependente que de um dia pra noite alça o status de prioridade máxima da sua vida. É ver o serzinho ir crescendo e ficando um pouco mais autônomo, mas ir precisando ser educado - e você descobre que educar é uma das tarefas mais desafiadoras da sua vida.
Portanto, a maternidade é uma mudança de vida das mais impactantes, similar somente a, sei lá, ganhar na mega sena ou ser exilada no interior da Sibéria durante uma guerra. A diferença é que, ao contrário dessas duas situações, a maternidade é muito mais corriqueira: acontece para um grande número de mulheres e muitas vezes mais de uma vez na vida.
Então por que queremos tanto não parecer que somos mães?
O impacto nos nossos corpos vai muito além de somente gestar. Não tenho propriedade nenhuma pra falar, mas suponho que muitas mães de filhos adotivos também sentem que mudaram fisicamente depois de serem mães. Porque a mudança física acompanha, de certa forma, a mudança emocional e psicológica que vem com a maternidade e suas demandas.
A questão é que crescemos com essa cultura problemática que separa mulher de mãe. A mulher tem vida profissional, vida sexual, é atraente e tem suas vontades. A mãe não. A mãe recai na figura cristã da "madonna": é recatada, insexualizável, e voluntariamente abre mão de suas demandas próprias em prol das demandas dos filhos. Então virar mãe, para muitos, significa deixar de ser quem você é para virar esse ser quase beatificado que se exime de sua individualidade.
Mas é claro que não é assim que ficamos ao adentrar a maternidade. Seguimos sendo nós mesmas. Com mudanças centrais, sim, mas ainda nós mesmas.
Aí que entra a perversão desse sistema. Nós sentimos uma necessidade enorme de justificar que ainda somos nós mesmas porque senão caímos no jocoso lugar da mãe, da que deixou de ser quem era. Para sermos tidas como mulheres livres, tentamos encobrir os efeitos da maternidade sobre quem nós viramos e passar por ela o mais incólume possível.
No fim, o ideal seria que fôssemos genuinamente livres: livres para nos permitir as mudanças do corpo e da mente, para entender quem já fomos e não somos mais e para aceitar quem somos agora. Sem, é claro, que isso tenha qualquer coisa a ver com quão livres, independentes ou sexuais nós somos em cada etapa da nossa vida.
Mais fácil
“Eu queria ter uma filha mais fácil”, escutei da minha amiga e compartilhei instantaneamente do desejo dela.
Eu também queria ter um filho mais fácil. Um filho que acatasse, que aceitasse, que concordasse. Fantasio que meu dia a dia seria bem mais leve.
Queria ter recebido na loteria dos bebês uma pessoinha que já viesse com o chip da empatia, com o chip da alteridade instalados. Que fosse compreensivo, cooperativo. Que não retrucasse, não questionasse, que dissesse “sim, mamãe” pra todos os meus comandos e instruções. Queria um filho que tivesse voz mansa, sem o tom impositivo do que eu escuto. Pra mim seria bem mais fácil ser mãe de um criança pequena assim.
Mas aí ele vai crescer. Porque filho cresce, invariavelmente. Vai sair da minha asa. Vai ganhar o mundo. E esse mundo tem menos paciência ainda que a mãe dele.
Esse mundo dá pouco pra ele, pouca chance, pouco tempo, nenhuma colher de chá. Esse mundo cobra muito dele, muito mais do que a mãe dele já cobrou.
Nesse mundo, se ele não se garante sozinho, dificilmente vai ter alguém pra garantir o dele. Nesse mundo, quem tem a voz baixa e molinha é engolido pelo som ensurdecedor do moedor de carne. Nesse mundo, ele precisa sim falar, se colocar, dizer o sim e o não, bem firmes, sem grosseria, mas firme. Se ele tem uma vontade, nesse mundo, ele vai ter que brigar por ela. Manter o pé firme na areia e segurar sua posição. Assim como ele já veio sabendo fazer, desde quando era bebê.
É difícil ser mãe de uma criança de personalidade impositiva. Não vou nem dizer o já batido “personalidade forte”, porque talvez haja força sem imposição.
Mas o tipo que eu conheço de filho é esse, que se impõe, ainda que (a meu ver) não precise, mas ele precisa. Ele precisa.
A criança pequena, por vontade própria, não faz coisas que ela não precisa. Se ela faz, é porque o corpo e o cérebro dela precisam.
Talvez, se você perguntar pra ele, ele também diga que queria ter uma mãe mais fácil. Uma mãe com mais tempo e emocional disponíveis. Uma mãe que não cobrasse tanto dela mesma e, por consequência, não cobrasse tanto dele. Uma mãe com apenas palavras doces, que aceitasse todos os pedidos dele, sem reclamar ou questionar. Uma mãe que não aumentasse o tom de voz quando quisesse alguma coisa dele. Talvez ele te dissesse que o dia a dia dele seria mais leve se ele tivesse uma mãe mais fácil.
A treta de ser mãe de gêmeos
São gêmeos? Que lindo! Essa é com certeza a frase que mais ouço desde que a barriga cresceu vertiginosamente e já dava pra perceber que não era somente uma criança ali.
Junto com as diversas curiosidades desde a concepção, que chega a dar nos nervos depois que você responde pela 17917272939ª vez.
Conceber e criar duas crianças é realmente um desafio diário que eu preciso administrar. Mas não só pelo trabalho braçal que muitas vezes eu penso: aff, ainda tem outra pra fazer tal coisa, mas também pelo trabalho mental dos mil questionamentos inerentes a maternidade (só que dessa vez em dobro).
Vocês já perceberam como a gente se questiona o tempo todo? Só mãe fica se questionando se um simples sim ou não vai gerar impacto a curto, médio e longo prazo e, sendo mãe de gêmeos, eu tenho algumas questões particulares.
A minha maior treta é uma coisa que eu me questiono o tempo todo: a questão da padronização X individualidade.
É uma linha tênue, sabe, entre ter que empurrar determinadas coisas pra resolver a toque de caixa, e também, ter que entender que cada ser humaninho é um.
Muitas vezes já resolveria comprar dois iguais, aproveitar uma promoção de “compre dois e pague apenas um”, mas tem a barreira do gosto individual que, justamente naquela situação, não é o mesmo. Porque aqui em casa é assim: se tiver duas opções para escolhermos uma só, É ÓBVIO que cada um vai querer uma e começaremos o grande embate de gostos cada vez mais demarcados.
Alô, mãe de mais de um filho, você já passou por essa também, né? Agora imagina dois filhos da mesma idade…Agora pensem no desafio de, além de ser mãe de gêmeos, ter gemelares de gêneros diferentes. Olha, é tanta coisa que tava super definida na minha cabeça que eu preciso redefinir.
Rosa é de menina e azul é de menino? Não, mas se for para diferenciar uma coisa para os dois, assim será. E por que a Alice pode usar lacinho e eu não? Por que eu não ganhei um sapato que pisca igual o dele? Olha, é uma luta!
Ninguém me avisou que na promoção do leve dois e pague um teriam tantas questões assim não.
Se vocês acham que o trabalho braçal de uma mãe de gêmeos é grande, você tá certíssima, mas onde a mãe chora e ninguém vê é justamente na treta de criar um coletivo que também é individual.
Realmente é lindo ter gêmeos: eles são unidos, são parceiros, a gente pode até vestir igual e fazer toda aquela breguice linda de mãe gemelar, mas a maternidade real vai um pouco além da beleza dos dois exemplares.
Friends 4 ever
Uma história de autoficção.
Lembrava daquele tempo com um sorriso de canto no rosto. Era fácil se transportar até a infância, tudo ainda estava tão vívido dentro dela, nem parecia que completaria 40 anos. Joana sabia que não podia voltar atrás, mas às vezes se permitia reviver tantas lembranças. Das muitas recordações que guardava de sua infância e juventude, uma se destacava em sua memória: a amizade.
Nunca houve amizade igual àquela que ela compartilhou durante sua infância e adolescência. Joana, Maria, Laura e Beatriz eram inseparáveis. Elas brincavam, estudavam, faziam planos, discutiam, faziam as pazes, prometiam amor eterno, ódio eterno e exploravam juntas o complexo mundo dos sentimentos antagônicos nas relações. Usavam um colar com o nome de cada uma, gravado em uma plaquinha que dizia: "Friends 4 ever." Fizeram um pacto de sangue, igual ao que viram na Sessão da Tarde. Deram o primeiro beijo na boca na mesma época. Se arrumavam para o bloquinho de carnaval como se fosse o Fashion Week. Tomaram o primeiro de muitos porres juntas. Faziam declarações públicas de amor entre si, eram invejadas e tinham inveja.
Uma vez, na festa de 15 anos de Laura, recitaram um jogral com a música "Canção da América", e versos sobre a amizade delas. Foi emocionante na época, mas hoje totalmente cafona.
Se fossem uma árvore, a amizade seria o tronco que, por muito tempo, cresceu junto, mas, com o passar dos anos, cada amiga se tornou um galho, e esses galhos se ramificaram em outros galhos, folhas, flores e frutos. O tempo unia esses galhos vez ou outra, seja nas lembranças ou nos raros encontros que realizavam.
Agora, Joana vê esse mesmo sentimento renascer na filha, nas amizades que ela escolhe e no amor profundo que sente por seus amigos. Não quer que a filha sofra, mas sabe que isso é inevitável.
Quando não temos passado e nem nos preocupamos com o futuro, a amizade é um sentimento puro e autêntico. Viver isso foi bom demais. Joana lembra das suas melhores amigas de infância com o coração quentinho.
O sorriso de canto vira sorriso inteiro.
Dicas do Peito!
🐣 Com elas (as crias)
Historinha da cabeça
Da Pri
Queria ter resolvido com um podcast, mas a mais nova cismou com esta coisa e todo dia depois do livro eu PRECISO inventar uma historinha da cabeça. Tem dia que tô o caco, tem dia que tô sem paciência. Uma preguiça imensa de, a essa hora da noite, ter ainda que tirar do c* (relembrando a edição #26) um novo drama para contribuir com a hora do soninho. Com o tempo, acabei desenvolvendo a estratégia de ser estratégica neste momento. Eu conto algo sobre o futuro, ou sobre algo que ela precisa melhorar. Ou seja, eu uso a meu favor. Se ela foi rude com um coleguinha, eu falo sobre como uma menina não foi gentil e depois ela conseguiu se acalmar e pedir desculpas. E assim por diante. Às vésperas de uma mudança que causará certo impacto em nossas vidas, essa "menina" conheceu um lugar incrível, com novos desafios e aventuras para explorar. Tente por aí também! A previsibilidade e os ensinamentos muitas vezes podem ser introduzidos através do lúdico.
Quadrinhos
Da Ju
Como nem tudo é treta, esses dias a gente descobriu um quadrinho MUITO legal pra crianças (e pra adultos também), derivado do Homem-Cão, que por sua vez originou no Capitão Cueca.
Chama O Clube do Pepezinho, que tem histórias hilárias (sério, a gente riu super alto aqui) e momentos bem comoventes. Aqui no Brasil, a Cia das Letrinhas lançou 3 volumes.
Hoje tem bananada? Tem sim sinhô!
Da Dani
Esse fim de semana fui mais uma vez no Unicirco Marcos Frota, o circo que funciona na Quinta da Boa Vista bem pertinho do zoológico e é um daqueles programas BBB para fazer com toda família.
O Unicirco é parte de um projeto de cultura e educação circense idealizado pelo Marcos Frota, que visa a promoção da cidadania pela arte e cultura. Funciona aos sábados e domingos às 15 e às 17h, com um valor sugerido de R$20 a inteira e R$10 a meia.
Museu da Carmem Miranda
Da Marcela
O Museu da Carmem Miranda, no Flamengo, já existe desde 1976, mas estava fechado há 10 anos e reabriu agora em agosto, após passar por obras e restaurações. Eu frequento o parque, sempre quis ir nele e há mais de um ano o pessoal das obras me diz que está para abrir e o troço nunca abria! Bom, agora finalmente abriu e devo ir nos próximos dias conferir se é legal mesmo ou não. Mas quis deixar essa dica aqui antes disso, já que se o museu não for lá essas coisas, certamente as crianças vão curtir o parque ao redor (que também precisa de revitalização, infelizmente) e a vista lindona (essa sim sem defeitos).
Av. Rui Barbosa, s/n, em frente ao Instituto Fernandes Figueira, Flamengo
Aberto de quarta a domingo (de 11h às 17h em dias de semana e de 12h às 17h nos fins de semana)
Entrada franca
Jogo da memória
Da Catarina
Ganhamos esse jogo super simples e fofo (foi comprado em loja física) e ele tem feito o maior sucesso por aqui. Agora com quase 3 a pequena está começando a entender de jogos e adora quando por acaso ou não acerta um par. Esse também parece ser ótimo pelos comentários ;)
💃 Sem elas (as crias)
Tem coragem de escrever no livro?
Da Pri
Eu sou daquelas que ama escrever no livro. As pessoas que empresto me dão bons feedbacks sobre minhas anotações. Eu entendo que os livros têm o poder de dizer coisas que a gente não sabia expressar antes de ler ali, naquelas páginas. Por isso, eu vou lá e anoto o pensamento que tive naquele momento (a quem me remeteu, que dia, que lugar eu estava no momento). E isso me ajuda a no futuro voltar ali e pensar sobre, ajuda o outro a saber mais sobre mim, a me questionar mais sobre o que expressei ali. Creio que dá uma boa reflexão. Experimente fazer isso!
Stop Motion de Lego
Da Dani
Sabe daqueles perfis que tem um conteúdo satisfatório para nossos momentos de lazer e para desopilar dos problemas da vida? Minha criança interior adorou conhecer o Instagram Hypno Motion e realmente foi muito hipnotizante e satisfatório assistir os milhares de filmes com Lego.
Uma delícia! Indico demais ❤️
Multiversos
Da Ju
Falando em “como seria minha vida se ela fosse diferente”, indico aqui alguns produtos que falam dos Multiversos, universos paralelos bem parecidos mas também bem diferentes do que a gente vive.
Filme live action: Tudo em todo lugar ao mesmo tempo
Filme de Animação; Homem-Aranha no Aranhaverso e Através do Aranhaverso
Podcast de ficção: Paciente 63
Livro: As 35 vidas de João Sabella
Dica sem elas - Clube do livro
Da Marcela
Para quem tem tido dificuldade de pegar ritmo de leitura, indico muito entrar num clube do livro. Eu mesma nunca fui dada à leituras coletivas, sempre preferi ler o que queria, quando queria. Mas descobri esse ano o poder das leituras em bando. Você lê e tem com quem comentar. Eu me sinto motivada a seguir com a leitura, já que sei a data que todos vão compartilhar seus pensamentos sobre o texto. Nunca pensei que eu seria essa pessoa que diria isso, mas virei, então: entre num clube de leitura!
Série - The Bear e Entre Estranhos
Da Catarina
The Bear - Eu indiquei a primeira temporada e agora indico a segunda demais. Pra mim a série tem um combo irresistível que é personagens ultra complexos, relações familiares cagadas e comida. Achei esse temporada ainda melhor que a primeira e o episódio dos setes pratos foi de tirar o fôlego. Queria ver mais, simplesmente perfeita. No Start+ e Disney+.
Entre Estranhos - No começo não me pegou muito mas depois engrenou legal. A história conta a vida de um menino com múltipla personalidade que está sendo acusado de um crime. Não dá pra falar muito porque história vai se revelando aos poucos. Achei o tema super sensível e importante e a atuação da Amanda Seyfried e do Tom Holland tá demais. Na Apple Tv.
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→ Para ouvir sem as crias
→ Para ouvir com as crias
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Edição farta de reflexões a respeito da educação, tema que nos tiramos sono as vezes... Amei e lamentei kkkk
Olha, eu acho que tenho muita coisa a dizer sobre todos, mas vou começar do último; não tenho amigas de infância, aliás dia desses fui questionada pela mais velha quais eram os nomes dos meus amigos quando eu era criança e a verdade é que não lembro do nome de ninguém, mentira, lembro de uma: Jaqueline, lembro que ela morava numa casinha bem simples na zona rural de buriti alegre, o pai dela era caseiro na casa de uma amiga da minha mãe e quando minha mãe ia visitar essa amiga eu escapulia pra ir brincar com a Jaqueline, ela tinha a minha idade, nessa época eu devia ter uns 6 anos, brincávamos muito na terra, tinha uma represa nessa fazenda e a gente de vez em quando pegava um bote e ficava lá no meio pensando que São Paulo devia ser fora do Brasil, haha, lembro que o pai dela foi quem tentou todos os métodos mais absurdos pra tentar arrancar meu 1º dente mole, lembro do cheiro da casa dela e de uma música que eu associava a esse cheiro; não estudamos na mesma escola, me mudei dessa cidade aos 8 e nunca mais tive notícias dela. Por algum motivo ela ficou gravada na minha memória. Me mudei muito de cidade quando criança e em cada uma das cidades que morei também me mudei muito de casa e escola, não deu muito tempo de fazer amizade dessas que duram anos, apesar de que fazer amizades nunca foi algo difícil pra mim, mas conforme o tempo foi passando eu entendi que eu tenho uma dificuldade enorme de manter as amizades que fui fazendo pela vida. Acho que por isso eu não dou tanta importância pra ajudar minha filha a cultivar as próprias amizades, até porque ela mesma não parece estar tão interessada também em ter amigos... minha irmã nesse sentido sempre foi suficiente e eu acho que ter escolhido ter mais uma criança veio muito dessa experiência pessoal. Comecei querendo chegar num lugar e dei uma volta na minha própria cabeça enquanto escrevia isso acabei chegando em lugar nenhum.