Divinas Tretas #29
Newsletter carioca sobre maternidade, edição especial de Dia dos Pais. E dicas do peito, com as crias e sem as crias.
Olá, Divinas!
Essa edição é temática, sobre a treta da paternidade. Trouxemos reflexões a respeito dos pais considerados alecrins dourados, os ausentes e aqueles que não reconhecemos mais. Teve também pensamentos das filhas de João e Eugênio, e, por fim, a participação do Eliel com reflexões acerca de sua própria parternidade. Estamos certas de que muita coisa que envolve o tema não foi abarcado nos nossos textos, mas não significa que não existam outras vivências por aí.
Esperamos que gostem e se quiserem sugerir alguma temática é só colocar nos comentários.
Ser pai ser mãe
Por Eliel - amigo da
há quase 20 anos, namorado há 13 e marido há 9. Pai da Flora e do Cairo. Nos tempos livres é doutor em Educação.Durante um bom tempo nessa minha jornada de pai, chego a conclusão que dá título a este texto hoje, eu queria mesmo era ser uma mãe. Tenho dúvidas se abandonei completamente este objetivo e explico.
Minha mãe criou três filhos, eu o do meio. Víamos meu pai nas noites de quarta e aos fins de semana. Ele trabalhava, trabalhava e cumpria seu papel de herói da provisão. Era como minha mãe o descrevia e acreditava. Eu passei a acreditar também.
Nesse sistema de paternidade não sobrava muita coisa para o afeto e o cuidado. Eu nem mesmo podia descrever meu pai como um sujeito folgado ou negligente, porque as evidências demonstravam que ele basicamente não dormia para pagar nossa escola particular, totalmente não condizente com o lugar social do qual vínhamos. Eu e meus irmãos estávamos chutando a porta pra estar ali, os únicos negros em uma escola de classe média da Petrópolis dos anos 1980 (só imaginem).
A ausência paterna seguiu um roteiro muito conhecido, uma história tão recorrente que fica difícil dar a ela toda a dramaticidade e estupefação devida. Eu fui uma criança sob a guarda, cuidado e amor de uma mulher que lá pelos seus vinte anos tinha três bebês. Essa mesma mulher, que nunca conheceu o seu pai, criou um mundo encantado pra nós, regado a muita brincadeira, criatividade, abraços e afetos. Eu lembro dos bichinhos de pelúcia rodeando a minha cama, talvez uma dezena.
Em perspectiva, eram as bonecas possíveis pra época. Eu cuidava, eu beijava, eu sentia. Eu aprendi a me emocionar e a desenvolver grande sensibilidade a partir daquele universo esculpido pela minha mãe.
Quando me tornei pai da Flora, hoje com quatro anos, eu tive a melhor companheira que pra caminhar nessa penumbra que é a paternidade. Com a Pri eu fui tateando e, novamente, fui vendo alguém ser mãe pra balizar meu caminho, sabendo que eu precisava estar à altura.
Eu senti bastante falta das referências que não tinha sobre ser pai. Cheguei a ler muita coisa, a tentar me conectar com outros homens que passavam pelo mesmo processo e tal mas, em certa medida, tudo parecia um pouco artificial. Não deu certo. Eu segui meu próprio caminho, lastreado pela influência seminal destas mulheres ao meu redor, recorrendo ao que eu já era como pessoa.
Em várias partes de mim lateja o sentimento de que ser um bom pai é ser uma mãe. Aí tudo se acalma um pouco, porque estou ambientado a este lugar.
Essa foi a paternidade que eu encontrei e certamente há muitas outras.
Mas, hoje em dia, eu suspeito muito da ideia de que um bom pai nasça no exercício próprio da paternidade. Eu sou pai da Flora e do Cairo (1 ano de 9 meses) há décadas, desde minha mãe.
A treta de não reconhecer o pai
Eu desconheço o cara que foi meu pai nos últimos anos. Desde que minha mãe não permeou mais essa relação, conheci outra versão dessa pessoa que responde como pai. Eu nunca havia parado para refletir sobre a força de identidade que a relação do casal pode desenvolver e o impacto nos filhos.
Me parece evidente hoje que tudo que eu pensava que era da personalidade dele - a forma que eu achava que ele demonstrava amor, por exemplo - na verdade era uma mediação, um acordo subentendido daquilo que minha mãe achava que era o que ele tinha que fazer pra ser meu pai.
E ele, a seu modo, acatava. Sempre achei curioso ele me levar e buscar nos lugares mais distantes e a disponibilidade que tinha em fazer isso, assim como as vezes constantes que vinha me visitar depois que casei, mesmo sendo bem distante.
Quando minha mãe deixou de mediar essa relação, eu fui jogada em um novo relacionamento. Pouco mais de trinta anos depois, eu estava falando com alguém que não conhecia, mesmo tendo morado a maior parte da minha vida com ele. Meu pai não era mais o mesmo e as conversas que já eram complicadas antes, só pioraram. As ajudas prontamente atendidas passaram a ser negadas. Ele dizia que era pro meu marido resolver. O primeiro natal após a morte da minha mãe, ele foi passar sei lá onde. Seu argumento era que agora eu tinha uma família. E eu precisei de algum tempo, bem doloroso, pra entender tudo isso e mudar as expectativas. Até porque ele nunca iria mudar, nunca seria um caminho de mão dupla. A geração dele não permitia que houvesse uma reflexão sobre. Eu precisava lidar, reformular, perdoar e seguir. Isso tudo ainda vivendo o luto da pessoa mais importante da minha vida.
Da mesma forma, com certeza, a relação que tenho hoje com o pai dos meus filhos interfere nas crianças e somos uma coisa só em determinados aspectos para eles que nos leem a partir de suas perspectivas infantis. Eu posso agir de um jeito X exatamente porque tenho ele ali pra me pautar (positiva ou negativamente) e ele, idem. As crianças também observam a nossa sintonia, aquilo que somos na frente delas, como nos tratamos, como resolvemos nossos problemas. Impacto que vai ser gigantesco. Tiro isso por mim, que naturalizei o grito como forma de contestação numa briga, por exemplo. Já vejo esse reflexo na mais velha, que enfatiza dessa mesma forma os erros do irmão. Se um dia a gente se separar ou outra coisa acontecer, nós vamos mudar o modo como nos comportamos com eles exatamente porque aquela simbiose não vai mais existir (pode não ser de propósito, mas definitivamente vai acontecer). E, de todo modo, eu me sinto segura do que eles vão receber desse pai, independentemente da situação.
Sendo sincera, eu dei essa volta toda para falar isso aqui: eu sinto que eu sou melhor ao lado dele. Sou melhor como pessoa e mais ainda como mãe. E imagino que isso valha pras crianças também. Elas são quem são porque têm esse pai aí, que hoje também vos escreve assim tão bem. Não foi à toa que me apaixonei pela pessoa que ele é.
Eu queria ter tido um pai como ele. E que bom que pude oferecer isso aos meus filhos, mesmo sem saber por completo como isso se daria. E sem saber o que as crianças vão achar de tudo que envolve nossa jornada na criação delas.
Sabe aquela coisa que a gente fala brincando que vão reclamar da gente na terapia? É um dado que não há como fugir, não adianta lamentar. Mas, a minha esperança é que esse “falar mal”, que é o questionar, refletir, discordar da nossa forma de ter feito isso ou aquilo, dos traumas gerados etc., possa incluir igualitariamente o pai delas.
Porque, de tudo que fizemos até hoje, mesmo as decisões equivocadas que seremos confrontados no futuro (ruim pensar que “queremos” isso porque é a pura verdade - lá do fundo do adulto maduro emocionalmente que nos habita -, queremos mesmo que as crianças possam construir seu caminho e se posicionar no mundo, inclusive dizendo tudo que pensam a nosso respeito, com respeito, obviamente), penso que acertamos em sermos um (quase a maioria do tempo), que acertamos em ter-nos escolhido mutuamente e que, juntos, somos uma boa dupla para que eles reclamem dos dois nessa terapia imaginária, pra que, pelo menos dessa vez, não só a mãe leve a culpa de tudo.
Alecrins Dourados
Nunca vou esquecer de uma coisa que a Juliana - sim, a mesma que escreve aqui no Divinas, Sobral para os íntimos - comentou sobre um fulano de tal que é pai: como pai ele é excelente, mas se fosse uma mãe, ele seria bem abaixo da média. É isso: a régua dos pais é setada lá embaixo.
A ostensiva maioria dos pais é composta por pais-merda. Então pais que cumprem seus deveres como pais, passam tempo com a criança, dividem o básico dos afazeres, sabem o nome da pediatra já ganham troféu pai do ano. Já extrapolam a média e sobem para a estratosfera habitada apenas por raros exemplares de alecrins dourados.
Já a régua das mães é setada lá no alto, no inalcançável Olimpo das mães humanizadas, neurocompatíveis, fiéis seguidoras da disciplina positiva, melhores amigas da Maria de Montessori, zero telas, zero açúcar, masterchefs do BLW. Difícil demais de manter o padrão exigido para ser uma mãe ok. Uma bola fora em apenas uma dessas (e de tantas outras) categorias e pronto: troféu mãe de merda pra você.
Na minha microbolha, convivo com muitos alecrins dourados, desses que alcançaram o status de ótimos pais. Mas não precisa ir tão longe e esses mesmos seres também têm seus calos. E uma vez, numa conversa sobre eles - os defeitos dos nossos companheiros enquanto pais - no grupo de mães, uma participante se pronunciou dizendo: "gente, vocês não conversaram com os maridos de vocês antes de terem filhos não? Porque eu conversei ao longo da gravidez com o meu e ele já sabia exatamente o que devia fazer, quais funções eram dele, e não temos nenhum problema com expectativas frustradas".
Taí, recaiu magicamente sobre as mães mais uma responsabilidade: a de não brifar o pai da criança corretamente durante a gravidez, mesmo antes da mãe sequer saber quais seriam totalmente os desafios por vir, quais seriam os imprevistos, quais seriam as coisas para as quais ninguém se preparou.
O que a moça deixou implícito nada mais era do que se os pais dão defeito e você está se sentindo sobrecarregada, culpa sua.
Ainda vai levar um tempo pra gente como sociedade equalizar essas réguas de pai e de mãe. Mesmo que no microcosmo da sua casa, o pai dos seus filhos seja de fato um alecrim dourado, e que você conheça outros alecrins dourados no seu entorno, isso tá longe de significar uma realidade generalizada. Bem longe mesmo. Mesmo que você tenha uma bola de cristal, quando tava grávida tenha previsto tudo que ia acontecer e tenha brifado seu companheiro muito bem. Estamos a anos luz de viver num campo de alecrins dourados.
A treta dos pais
Por Ju
Eu não ia escrever essa semana. Muitos e muitos acontecimentos e partidas definitivas me atravessaram no último ano e esse tema ficou pesado demais pra mim. Mas, como a gente sabe que a escrita pode ser terapêutica, vou tentar.
Desde que decidimos por essa edição temática pensei em muitos ângulos pra abordar e não sei se algum deles renderia um texto completo por si só, mas queria fazer aqui um recorte-e-colagem de muitas experiências com o tema da paternidade e as figuras que em algum momento estiveram nesse papel na minha vida.
Esse vai ser o primeiro Dia dos Pais sem meu avô, pai da minha mãe, que faleceu aos 85 anos em junho de 2022 (ele apareceu muito na edição sobre avós). Um pai que foi um homem do seu tempo, nordestino que literalmente fugiu dos abusos físicos e psicológicos do seu próprio pai na região rural de Canguaretama/RN. Digo que foi um homem do seu tempo porque trabalhou de sol a sol, pra dar um teto pros seus filhos, mas sua participação na criação dos mesmos foi, digamos, longe de ser carinhosa.
Ele estava ali provendo, sim, presente em muitos momentos significativos, mas acho que não conseguiu dar o cuidado emocional que também não recebeu.
Falando de dar o que não recebeu, esses dias vi um vídeo que elucidava bem sobre isso que é uma realidade e eu imagino que seja um desafio pros pais que querem honrar essa alcunha: o desafio de dar pro filho o que você não recebeu.
Sobre a minha experiência, especialmente quando pequena, pai pra mim era a presença na ausência. Da minha primeira infância lembro do seu perfume, do mentolado do creme de barbear Bozano e do cheiro da sua gravata depois de um dia de trabalho. Lembro de suas ausências. Ultimamente, o pai do meu Tutu, Lucas, está num trabalho novo que tem demandado dele um tempo e uma dedicação maiores (natural isso), mas pro Tutu isso não é tão compreensível (natural também, ele só tem 5 anos, né) e já escutei do pequeno reclamações sobre a ausência do pai, que até então tinha sido muito presente e que me conectaram com aquela Jujuzinha lá de trás. Conversei com ele, mostrando que eu entendia um pouco do que ele estava sentindo e que mesmo não podendo consertar o que o aflige eu entendia e sintia muito por ele, genuinamente.
Meus pais se divorciaram no começo da minha adolescência e, embora todos nós saibamos que divórcio é da mulher e não dos filhos, acho que entender isso faltou pra ele. E na equação da vida, as crianças são as mais afetadas e as que têm menos poder de agir. Se você está me lendo e em processo ou pensa em se separar da mãe dos seus filhos, faço meu apelo: Não deixe seu filho sentir que ele não vale a pena. Eu me senti assim (e a minha criança interior ainda acha isso) quando percebi que pro pai que eu tanto amei até então eu não valia a pena. Não valia brigar com a mulher que ele achou um dia que amava, que dava tudo de si e mais um pouco por aquelas duas crianças. Não valia a pena brigar com a mulher que agora enchia sua cama de calor e que carregava mais uma descendência sua. Eu não valia a pena o sacrifício. Pode ser que do lado dele dos fatos isso pareça diferente, mas eu não tinha como me sentir diferente, com a idade que eu tinha.
Escrevo aqui apenas e unicamente sob meu ponto de vista de FILHA. Como adulta e como mãe eu entendo que pais são pessoas complexas, com defeitos, erros, acertos e que tomam decisões com as ferramentas que têm. Parafraseando a Fernandinha Souza, “cada um faz o que pode, e o que ele pôde ali foi essa bosta”.
É isso, dá pra perceber que assim como ser mãe, o ser pai vem cheio de camadas, atravessamentos, traumas, mas eu espero de coração que vocês, pais que nos leem, busquem curar essas feridas e sejam tudo que os filhos de vocês merecem ter. Melhorem, para que os assuntos da terapia da próxima geração sejam diferentes dos nossos.
A treta do pai humano
Meu pai sempre foi aquele paizão: me acompanhava, me dava apoio, me aconselhava, o verdadeiro “pai pra toda obra”, com o qual sempre fui super próxima e tive milhões de afinidades.
Até crescermos os dois e, assim, eu poder me dar conta da relação dele além de pai, mas também de marido, em como lidava com coisas que antes eram imperceptíveis para mim.
Como mudam as coisas, né?
Relação de pai e mãe não são eternas. Digo isso porque elas mudam muito ao longo da infância, da nossa vida adulta e ainda mais depois que viramos pais e mães.
Aqueles olhares ingênuos de quando somos filhos pequenos passam a ganhar, muitas das vezes, uma sagacidade que nos traz à tona diversas camadas que teimam em invadir as nossas memórias afetivas.
Aquele carrinho comprado e trazido da viagem que a gente tanto amava, dá lugar ao questionamento de presença e do afeto dessa mesma pessoa.
Um monte de coisa na relação entre a gente mudou depois de alguns anos e eu comecei a questionar o que poderia ser preservado na memória e o que poderia ser questionado. Que loucura!
Esse mês falávamos sobre isso na terapia e eu simplesmente percebi que não conseguia avaliar como foi essa relação. Justamente porque uma época foi tão boa e outra nem tanto assim…. Mas, eu sei também que além de pai, ele era homem, marido, ser humano que tinha suas próprias dores, fraquezas, limitações e a relação com o pai dele também.
Pois é, é essa relação cíclica e esse emaranhado dos seres humanos que a gente precisa analisar, relativizar e pesar memórias e histórias.
Até que ponto os questionamentos são inquestionáveis? O quanto queremos preservar das nossas memórias?
Do Eugênio, eu prefiro recordar dele me levando nas festas, me dando conselho com as amigas, vendo fórmula 1, cantando Milton Nascimento, me ensinando a dirigir.
Não esqueço dos erros e das falhas, mas resolvi, já que não podemos mais trabalhar nisso juntos, deixar passar… e entender o lado humano do também pai. Porque, agora que sou mãe, passei a entender que ser ser humano já é foda e ser humano e pai e mãe é mais ainda!
Paieee
"Vamos apenas viver intensamente este grande espetáculo que é a vida". Com esta frase, meu pai se despedia de mim por e-mail em fevereiro de 2001. Naquela época não existia nuvem e eu não imaginava que um dia iria querer reler esse e-mail, o qual a frase, meses depois, estaria no santinho do meu pai para sua missa de sétimo dia.
João Moacir Borba era um cara bacana, um tipo simpático, bem-humorado e brincalhão. Era também, por vezes, introspectivo e passava dias em silêncio lendo algum livro e refletindo sobre a vida enquanto acariciava o seu queixo barbudo. Tinha olhos azuis, estilo mar do Caribe. Lembro-me bem desses olhos me encarando assustado quando o levamos ao hospital na manhã do dia 3 de março de 2001. Eu segurava uma mão dele, a minha mãe a outra. Estávamos todos assustados, porém não imaginávamos que o desfecho seria o pior possível, uma internação que começou com suspeita de tifo e em dois dias se revelou um aneurisma fulminante.
22 anos depois, eu ainda choro ao lembrar desse dia e de tantos outros dias que vivemos juntos. Uma vez me perguntaram se eu não tinha vivido esse luto. De cara pensei que tinha, depois cheguei a conclusão que não existe isso de não viver o luto. Você pode até disfarçar muito bem, mas ele está lá e você sabe.
Não importa se você vai ficar meses deitado na cama ou se vai continuar fazendo tudo que fazia antes e até mais, o luto será vivido, ele é parte da sua vida, não temos escolha.
Meu pai ou "paieee" chegava em casa no final do dia e perguntava quantas vezes eu tinha pensado nele durante o dia. Eu respondia “muito” quando pequena. Na adolescência dizia que “nenhuma”. As duas eram verdadeiras. Depois que ele se foi, pensava todos os dias. Com o tempo, muito tempo, isso foi diminuindo, mas nunca se findou. Agora, com uma filha pequena, tenho uma tarefa que é dolorosa e também prazerosa. Contar pra ela minhas histórias com seu avô. Por sorte a maioria são engraçadas e algumas foram até filmadas. Ele era uma figura, certa vez comprou um kit de fita cassete para aprender a fazer defumados, quando a gente entrava na despensa tinha uns salames penduramos que empesteavam a casa. Outra, resgatou na estrada um tatu que cavou o quintal inteiro.
Seu João passou por muitas dificuldades na vida, e ainda assim criou quatro filhos do jeito que deu. Não era perfeito, mas era presente.
De herança plantou em mim o amor pelos livros, a curiosidade e a fé na vida, em dias melhores. Seria um grande avô, assim como foi um grande pai.
Dicas do Peito!
🐣 Com elas (as crias)
Faça um vídeo com perguntas sobre o papai
Da Pri
Há dois anos eu consegui fazer essas perguntas adaptadas desse questionário e foi muito legal. Quero repetir esse ano e tentar fazer sistematicamente. Vamos juntas? Criar uma pasta e guardar todos pra ver quando eles crescerem? Acho um grande presente também pro futuro, não é?
Podcasts infantis com pais
Da Ju
Assim como eu, o Tutu já gosta muito de podcasts e um dos favoritos dele é o Livros que Amamos, da Denise Gomes, hoje uma querida amiga.
Deixo aqui dois episódios com histórias muito boas sobre pais:
Livro sobre medo e paternidade
Da Dani
O livro PAPAI! já acerta quando o menino tem medo e não chama pela mãe.
É um livro muito bacana para trabalhar o medo com as crias e esse exercício da paternidade noturna. Recomendo demais!!
Leo e a Baleia
Da Marcela
O livro infantil "Léo e a Baleia", do autor e ilustrador Benji Davies, narra a história de um menino que vive com o pai numa vila na praia e encontra uma baleia encalhada. Além de ser uma gracinha e de abordar uma bonita relação pai e filho, o livro mostra essa conjunção familiar de um pai solo. Minha filha sempre curtiu esse livro e depois de tê-lo há anos foi que veio me perguntar: "mamãe, cadê a mãe do Leo?"
Bilhetinhos pela casa
Da Catarina
Na semana do dia dos pais ou de aniversário, quando eu era pequena, eu costumava escrever bilhetinhos e colocava em lugares para ele achar. Tipo bolso da calça que vai trabalhar, armário do banheiro, dentre outros. Normalmente bilhetes simples, tipo te amo ou qualquer outra coisa que passasse pela minha cabeça. Vi esse cartãozinho no insta e achei uma ideia maravilhosa, não sei se vou conseguir executar, mas tá salvo na pasta. Daqui há alguns anos eu passo pra minha filha fazer pro pai dela rsrs
💃 Sem elas (as crias)
Perguntas para conhecer seu pai
Da Pri
Eu não sei se você tem um pai que fez parte da sua vida, se ainda vive ou não. Apenas pule caso não faça sentido. Eu sempre fui ávida por saber as histórias dos meus pais e sinto que devia ter perguntado mais, quando era possível. Então, criei umas perguntinhas inspiradas num vídeo que vi estes dias pra você começar a saber mais sobre seu pai e sua ascendência (ou de quem teve esse papel na sua história), já que em geral, a gente está mais ligada à família materna (um dia aprofundo isso num texto). Pode sugerir aos seus filhos fazerem com o pai também. Se você achar difícil perguntar pessoalmente (pode ser que intimidade seja complicado), escreva em um caderninho e peça pra que responda com calma.
Qual a memória mais vívida você tem da sua infância?
Como foi sua reação ao saber que iria ser pai?
O que mudou na sua perspectiva de vida depois que eu nasci?
Qual responsabilidade achou a mais difícil de assumir na vida adulta?
Me conte algo marcante da sua vida que você quer que eu nunca esqueça.
Existe alguma coisa que você já quis fazer e não conseguiu? Como se sente a esse respeito?
Dica de loção pós-barba
Da Dani
A Boticário tem uma loção pós-barba antioxidante ótima que até eu usei quando mais nova usava barbeador.
É realmente antioxidante e diminui muito a irritação e pelos encravados. É um presente que sempre dou para os homens. Tem aqui no site.
As bizarrices do mundinho da inseminação
Da Ju
E não só de ausências e presenças se faz a paternidade, mas também de umas bizarrices (homens, por quê?!) como é o caso da indústria de fertilidade dos EUA e os médicos que inseminaram DEZENAS (até centenas) de mulheres com seu próprio material genético, em vez de usar o dos parceiros delas ou dos doadores escolhidos. Eu conheci essas histórias surreais através do Instagram da Laura High, comediante que também conduz um podcast entrevistando diversas pessoas envolvidas em casos super confusos e muito antiéticos.
Além de dar voz a pessoas concebidas por doação, seus pais, doadores e outros envolvidos ela também busca mudar as leis naquele país para criminalizar esse tipo de ato hediondo, tipificar o abuso que homens com uma certa posição de poder (os médicos endeusados) cometem enganando as pacientes que confiaram neles, ainda em estado de excitação (os caras literalmente iam na salinha ao lado, ejaculavam e voltavam pra sala de exame com o pote ainda quentinho para inseminá-las).
Centenas de pessoas só foram descobrir já adultas (através de testes genéticos comerciais) que seus colegas de turma, amigos do irmão, vizinhos, por exemplo, eram na verdade seus meio-irmãos!
Se você entende bem inglês, vale a pena acompanhar os conteúdos da Laura e ficar em pânico assim como eu fiquei. #kkkryingSerginho Lacerda
Da Marcela
Me divirto muito com um comediante pai que faz piada com a vida de paternidade, o Serginho Lacerda. Tem uns vídeos que são demais!
🎶 Já conhece as nossas playlist no spotify?
→ Para ouvir sem as crias
→ Para ouvir com as crias
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