Olá Divinas, como vocês estão?
Por aqui estamos atrasadas, a news saiu com leve atraso por motivos de vida corrida. Os textos dessa edição estão pessoais e profundos, mas sem ser muito profundo, sabe? rsrs
O ano está acabando mas ainda teremos novidades por aqui, aguenta aí que já vem.
Tenham todas um ótimo final de semana! Interajam com a gente nos comentários ;)
Beijos e boa leitura!
Low Profile
O quanto você sabe da vida de alguém? Digamos, de uma pessoa conhecida, semi-próxima, que você já teve uma proximidade física no trabalho ou faculdade, por exemplo, mas hoje em dia não tem mais. Como você sabe o que acontece na vida dessa pessoa? A primeira resposta que me vem é: através da rede social, que pra nossa geração é o Instagram. Mas, e se essa pessoa não posta lá, como você sabe da vida dela? Será que ela tá mesmo vivendo se não está postando? Essas e outras respostas sobre ser LOW PROFILE, nesta semana, no Globo Repórter 🤪
Esse foi um dos inúmeros assuntos dos papos que rolam no nosso grupo do zap das Divinas. Começamos a pensar e falar sobre isso quando soubemos que um conhecido em comum teve u filho e não havia nenhuma menção sobre isso no perfil dele. UM FILHO. E nenhuma foto de pezinho, um carrinho ao pôr do sol, uma simples silhueta de uma barriga redonda. Absolutamente nada.
A maior mudança que se pode operar na vida de uma pessoa (na minha humilde opinião) não foi pro feed. Comassim?! Eu, pseudo-blogueirinha, não consigo entender. E não é que esse cara não poste nada no perfil (como constatamos que é comum a alguns homens, e aí, no nosso julgo, seria justificado o silêncio), ele até posta alguma foto aqui e ali de alguma viagem ou evento ou sei lá o que. Mas o freaking filho não fez o requisito de aparecer no feed?!
Tudo bem querer preservar a imagem da criança mas pra mim não existe isso de ser tão low profile a esse ponto, não conseguiria sê-lo. Acho estranhíssimo. Não precisa ser o extremo de fazer vlogs diários mas também não saberia ser assim tão discreta.
Ter esse papo entre as Divinas me fez refletir sobre isso, o quanto eu sinto que necessito compartilhar a minha vida com quem eu escolho autorizar naquele perfil fechado, ou mesmo com quem faz parte da minha vida offline. Recentemente contei pra uma pessoa uma novidade importante e pedi que ela guardasse segredo sobre aquilo, que ainda não era a hora de falar. É uma novidade ótima, grande, importante, e essa pessoa não “prendeu o verbo” e deu com a língua nos dentes. Entendi a motivação mas não gostei mesmo assim, me senti desrespeitada no privilégio que eu concedi a ela de saber daquilo.
E aí eu entendi os low profile: depois que você fala pra alguém sobre alguma coisa, isso não te pertence mais. O outro faz com aquilo o que ele quiser.
A culpa é dos signos
Muita gente me acha negativa. Daquelas mulheres que tá sempre falando a verdade e pensando no copo meio vazio, mesmo que ele mal tenha acabado de encher.
É bem verdade que tenho um jeito tal qual de pensar um “e se”, analisando que pode acontecer um B.O.
Mas tava pensando o quanto isso destoa do que eu realmente acredito na vida. Porque eu sou uma pessoa cheia de ideias e ideais, que sempre acredito que possa haver uma mudança positiva, por menor que ela seja. Não que eu mereça ser canonizada ou ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Nunca fui de nenhuma causa específica, mas sempre fui engajada em diversas frentes e sempre pensei no quão pode ser bom ajudar o próximo.
Pequenos gestos que podem mudar o mundo sabe?
Reciclar o lixo, doar coisas, fazer boas ações que façam alguém feliz. Hoje em dia eu trabalho em uma ONG que tem um projeto foda que é o @365diasdeagir , mas desde sempre eu já pensava no impacto da nossa vida na vida das pessoas.
Uma das frases que eu sempre digo, por exemplo é: a gente não sabe o impacto que tem na vida de alguém, seja positivo ou negativo.
Às vezes me sinto mal com o meu senso de realidade que muitas vezes é negativo demais, sabe? Destoa um pouco dessa esperança que tenho no mundo.
Mas me parece que esse traço virginiano de ter a necessidade em evitar transtornos já se antecipando, é algo as vezes meio incontrolado em mim - será que a culpa é dos signos?
Meu maior sofrimento na terapia é ter um equilíbrio entre esse meu lado e o esperançar que ainda tenho em mim, mas sigo tentando.
Como dizia Chicó: não sei, só sei que foi assim. E ser virginiana com ascendente em realidade com lua em esperança dá um trabalho danado pra mim e pra minha terapeuta.
Canoa furada
Há 10 anos, eu deixava um emprego CLT para me aventurar em um empreendimento novo. Eu não fazia a menor ideia do que esperar desse projeto, dessa grande mudança, mas tinha uma convicção: tentaria por pelo menos cinco anos. Coloquei-me esse prazo para ter a certeza de que tentei, para ao olhar para trás, não ficasse com aquele sentimento de que poderia ter tentado um pouco mais. Cinco anos, naquela época, no auge dos meus trinta anos, era muito tempo; algo a longo prazo.
Exatos cinco anos depois, parei para olhar para trás e decidi que era hora de desistir daquele sonho de empreender. Grávida, na pandemia, deixei um projeto de longo prazo para entrar em um projeto sem prazo. Naquele tempo, eu ainda dizia que a empresa era o meu filho. E ouvia isso de muita gente, ledo engano dessa jovem sem noção. Vida profissional é uma coisa, ser mãe é outra, completamente diferente. Ninguém "está" mãe; por outro lado, todo mundo "está" CEO, gerente, empreendedora, empregada, desempregada, casada, solteira, magra, gorda, saudável ou doente.
Mas no meio de tudo isso, seguimos sendo mãe.
Esses dias, vi um trecho de uma entrevista da Rihanna (aqui), na qual ela falava que não faz a menor ideia de quem era antes de ser mãe, que não consegue lembrar. Que agora é daqui pra frente, e que tudo precisa ser adaptado a essa nova forma, desde as roupas até a sua própria personalidade. Eu já sabia disso, mas é tão bom ouvir, lembrar que não preciso voltar a ser quem eu era. Segue sendo libertador ao mesmo tempo que de alguma forma triste.
A gente é cobrada ou questionada sobre quem era antes de ter filhos, como se, de fato, a qualquer momento, pudéssemos pedir demissão dessa função. Ou como se a maternidade fosse algo a ser encaixado na nossa vida prévia. Não é, não dá pra encaixar; é o contrário, somos nós que nos encaixamos nela.
Eu sofri com essa adaptação, me senti como aqueles gatinhos asiáticos no potinho de vidro. Lembra disso? Enquanto gestava uma nova vida, me despedia de uma vida profissional, idealizada e construída por mim. Uma cozinha que eu montei, com o meu esforço e suor. E assumia a maior responsabilidade da minha vida. Tinha — e tenho — meu companheiro para me apoiar, e me dá calafrios pensar em quem não tem. Enquanto a gente se vê grávida e toda potente, o mercado nos vê como uma canoa furada remando contra a maré (Rita Lee). E quem quer uma canoa furada? Ninguém.
No meu tempo, dentro dos meus privilégios, pude, aos poucos, remontar uma vida profissional, traçar outros projetos de longo prazo. Sem definir quantidade de tempo desta vez, com mais maturidade e outras prioridades. Como é bom ter segurança nas suas prioridades, um belo bônus da "função" mãe.
Quase uma década depois, vejo que, apesar da sensação de não ter alcançado nada — sensação fundada no saldo do banco e pelo suposto fracasso profissional —, sei que, nos meus 30, lutei por um sonho, mudei de vida com uma nova vida dentro de mim, tracei novos planos, tive medo, fui feliz e fiz terapia para descobrir que preciso de mais terapia.
É assim quando a gente começa a se conhecer, um processo também forçado pela maternidade. Não tem como "desver" o que está visto, e o negócio é ir cada vez mais fundo. Já que a canoa furou, bora se adaptar e mergulhar nesse rio. E sem medo de se repetir porque já devo ter falado sobre isso aqui inúmeras vezes. Faz parte do processo.
Flip com crianças
Esse ano fui à FLIP pela primeira vez. Fui com meu companheiro, meus dois filhos e minha sogra. Adorei, quero voltar ano que vem. Mas saí de lá com uma sensação que quase nunca sinto: que essa não é uma boa viagem para fazer com crianças.
Antes de mais nada, devo dizer que não sou habitualmente essa pessoa que separa viagens de se fazer com crianças e viagens de se fazer sem crianças. Tendo a pensar que a maioria das viagens dá pra fazer com crianças, adaptando algumas (ou muitas) coisas, diminuindo expectativas e incluindo programações infantis como parquinhos, etc. E com a FLIP não seria diferente. E deu tudo certo, mas pela primeira vez saí da viagem sentindo que realmente é um programa de adulto. Explico.
Primeiro, tivemos dois dias de muita chuva. Andar naquelas pedras – que ok, lindas, históricas, mas pqp, que inferno – com duas crianças e uma senhora foi um desafio a parte, que desestimulava qualquer deslocamento. Carrinho nem pensar, é botar criança pra andar mesmo, e muitas vezes é carregar no colo e com isso visualizar menos ainda as irregularidades do piso e quase torcer o pé a cada passo dado, perigando cair você e a criança. E depois fez sol e aí foi sol mesmo, uma calorama digna de alto verão. Também não foi muito agradável pra andar com a galerinha.
Isso sem contar que o centro histórico de Paraty é todo muito igual. Todas as esquinas parecem a anterior, ou a próxima, de modo que tem horas que você se sente andando num labirinto, sem nenhum senso de orientação. Se o Google Maps não carrega certinho e sem querer faz parecer que a rota pra seu próximo destino é pra um lado e não pro outro, quem sou eu pra desdizer.
Então lá vamos nós por aqui, andando sobre pedras irregulares e escorregadias, debaixo de chuva, fazendo cada minuto previsto no Google Maps se transformar em 5 ou 10, para chegar ao fim do quarteirão e descobrir que estamos na direção errada. Dá-se meia volta, todo mundo já com a moral baixa, e lá vamos nós outra vez pra outra trilha.
Chegando finalmente ao local desejado, a pessoa se depara com um novo desafio: entrar. Os cafés, bares e restaurantes da cidade essa época do ano ficam abarrotados e às vezes simplesmente não dá nem pra entrar, até porque nosso grupo era relativamente grande (3 adultos e 2 crianças). Frustração e crianças, você já deve saber, não dão exatamente uma boa mistura.
A programação infantil da FLIP, confesso, não exploramos muito. Passamos por algumas, mas nenhum dos meus dois filhos engajou e quis ficar em nada. Estavam mais interessados em correr pela pracinha do que em sentar e ler os livros, coisa que eles fazem em casa ou em momentos mais calmos, talvez…
E as palestras rolando. Quanta coisa boa. Que programação farta. Papo de querer fazer mil coisas. Claro, em nenhuma delas cabe uma criança. A maioria se dá em locais apertados, cheios de pessoas, todas adultas e sem crianças, demandantes de silêncio e bom comportamento. Sorte que minha sogra segurou várias e meu marido abdicou de ver quase tudo pra eu pudesse curtir, um salve aqui pra eles. Mas ainda assim, curti moderadamente, no sentido que eu não me sentia ok de simplesmente passar o dia todo me excluindo dos momentos com eles para uma programação sozinha, deixando com os outros adultos toda a responsabilidade das crianças.
E as festinhas? Haja vale night pra suprir a intensa noite da FLIP. Ano que vem volto já preparada emocionalmente para ser jovem por alguns dias. Essa programação claramente não envolve crianças e requer uma rede para ficar com elas enquanto você sai. E certamente é incompatível com a rotina matinal de quem tem duas crianças que acordam cedo e com baterias totalmente recarregadas.
Por outro lado, achei importante que eles vivenciaram a FLIP. Estar numa feira literária é um clima muito legal, tudo voltado para leitura. A minha mais velha se interessou em entender o que era isso que eu tanto me ausentava pra ir, e com isso acho que ressaltei a importância que a literatura tem para mim - e para toda aquela horda de gente que se deslocou até Paraty apenas para viver a sua paixão pelos livros. Pedagogicamente importante, eu diria.
No fim, foi uma viagem bem gostosa e que vai ficar na memória de forma positiva. Repetiria - repetirei, provavelmente novamente com crianças, com algumas mudanças para melhorar a logística.
Dicas do Peito!
🐣 Com elas (as crias)
Robô Selvagem
Da Ju
Prepare o lencinho (é sério) e vá com sua cria pro cinema ver Robô Selvagem, novo longa da DreamWorks. A história de uma robô que se torna mãe de um patinho (parte por insistência dele, parte por culpa de algo que ela causou) faz muitos adultos se emocionarem, a gente se vê na tela nos desafios e vitórias e momentos agridoces dessa maternidade. Também fala de união, de superação, de querer o melhor pro outro. É lindo demais! Destaque especial pra mãe gambá e seus filhotes, ri muito com eles.
História em cubos
Da Dani
As crias ganharam um brinquedo importado bem legal. São dados que a gente joga e precisa fazer uma historinha com os desenhos que saem neles.
Achei bem legal porque estimula a criatividade e também a capacidade de desenvolver uma história com começo meio e fim.
O bom que dá pra levar pra todo lugar e passar o tempo enquanto espera algo no restaurante, consultório e afins.
Achei uma versão tupiniquim aqui: https://s.shopee.com.br/10lBShgHG2
💃 Sem elas (as crias)
Livros curtinhos
Da Ju
O perfil @nossolivrismo fez essa lista de 42 livros com menos de 200 páginas pra você mergulhar na leitura sem ter que ficar agarrada num calhamaço. Eu amei! Alguns já li e curti muito, outros já figuram na minha lista de desejos e ainda há aqueles que entraram na minha lista de desejos.
Argilando
Da Dani
Aproveitando que já citei no meu texto, a ONG que eu trabalho @argilando possui esse projeto incrível que é o @365dias de agir.
É um calendário de boas ações que divulga ações no mundo todo para mudar o mundo. Se você também acredita nisso dá uma olhada e também divulgue no calendário uma ação bacana que você tenha feito
Ferramenta do Google Maps
Da Marcela
Uma ferramenta do Google Maps que me ajudou muito andando a pé em Paraty foi essa que abre a câmera do celular e aponta onde você deve ir. Ela é ideal para quando você está incerta sobre a direção que o Google está apontando. Para acessá-la, basta clicar no ícone de localização que aparece no canto inferior direito, estando em rota.
Aulão da Paola
Da Catarina
Paola Carosella, chef maravilhosa e super talentosa, tem um canal no YouTube e está criando um conteúdo super rico para quem quer aprender um pouco mais sobre cozinhar. Separei esses dois vídeos recentes que são uma aula completa, mas tem muito mais lá no canal dela. Conteúdo de qualidade.
Sobre massas:
Sobre legumes:
🎶 Já conhece as nossas playlist no spotify?
→ Para ouvir sem as crias
→ Para ouvir com as crias
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Fiquei curiosa para o que vem por aí e um pouco enciumada por saber apenas na news e não em bastidores kkkk. brincadeira! eu de fato não levaria A FLIP, nao teria paciencia, parabens pra ti, Marcela. Aprendendo a ser low profile ou, pelo menos, encontrando quando ser e quando não ser, pra equilibrar os pratinhos de tudo. Eu nunca me reconheci somente como mãe nos momentos em que praticamente só fazia isso da vida, mas posso dizer que só agora, após cinco anos, sinto que eu estou conseguindo ir além. obvio, nunca mais serei a mesma, mas estou conseguindo ser algo sem ser por obrigação... não sei se me fiz entendida.