Divinas Tretas #46
Newsletter carioca sobre maternidade, mulheres e muito mais. Com dicas do peito para fazer com as crias e sem elas
Alô, alô, Diviners,
Os textos dessa edição estão com um fio condutor - mais uma vez não proposital- e esse fio, essa unidade temática, parece ser a expectativa. Expectativa lato sensu: o que esperamos da vida, o que nos faz esperar, o que esperaram da gente um dia, o que esperamos dos nossos filhos. Expectativa no sentido de motivação e de desejo. E, consequentemente, também expectativas quando elas falham e a gente se frustra. Essa edição é sobre poder tentar de novo, se permitir mudar e ser agente de uma mudança.
Leia e troque uma ideia com a gente nos comentários!
Quem é você, realmente você?
O quanto a gente se conhece, realmente se conhece? Nós mulheres, especialmente. Mulheres em relacionamentos monogâmicos. E no meu caso, que namoro com a mesma pessoa desde os 16 anos? O quanto eu sou eu e o quanto eu sou “eu, que convivo com essa pessoa”?
Tem um tempo que encontrei esse vídeo, da psicóloga Cristiana Prado de Castro, em que ela propõe 25 perguntas pra se fazer quando estiver sozinha. Salvei pra ler mais tarde (amo listas e perguntas assim, vou contar outra fonte de perguntas interessantes nas dicas logo abaixo) e trouxe aqui pra dividir com vocês, pra gente se propor esse exercício de autoconhecimento. Pega o cafézinho aí e vamo pensar juntas? Marquei em negrito as que mais “alugaram triplexes na minha cabeça”.
1. Como é o seu dia ideal?
2. O que você queria ser quando era mais jovem?
3. Em quem você se inspira mais? Por quê?
4. Quem você adoraria conhecer? O que você perguntaria?
5. Qual hábito você mais gostaria de abandonar? Qual hábito você mais gostaria de começar?
6. Pense em uma pessoa que você realmente admira. Que qualidades você gosta nessa pessoa?
7. Como você gosta de relaxar?
8. Quando foi a última vez que você fez algo que tinha medo?
9. Do que você mais se orgulha?
10. Do que você mais tem medo?
11. Se a vida parasse hoje, o que você se arrependeria de não ter feito?
12. Com quem você gostaria de se conectar (ou reconectar)? Por quê?
13. Quais qualidades você admira nos outros?
14. Quais habilidades práticas você gostaria de ter?
15. Imagine que você está na casa dos 90 anos. Quais lembranças você gostaria de ter? Quais histórias quer contar?
16. Qual é o seu livro/filme/música favoritos? Por quê?
17. Se você pudesse fazer uma mudança no mundo, qual seria?
18. O que você gosta de fazer ou dar aos outros?
19. O que te excita?
20. O que você gostaria de ter feito mais?
21. Finja que dinheiro não é problema. O que você faria?
22. Que área da sua vida, neste momento, faz você se sentir melhor? Por quê?
23. Vamos avançar um ano. O que você gostaria de ter alcançado no ano passado?
24. Que conselho você daria para uma criança de cinco anos?
25. Como você quer ser lembrado na vida?
É ou não é muito assunto pra se pensar?! Espero conseguir refletir sobre cada uma delas nos próximos meses, quem sabe não respondo aqui na news algumas delas…
E você, qual a que mais te instigou? Conta pra gente aqui nos comentários.
Criação de unicórnios
Crie unicórnios mas não crie expectativas, disse minha amiga me aconselhando. Caraca, pensei eu: como não criar expectativas?
Fiquei muito pensando sobre como a expectativa é construída e fato que muitas vezes tá muito mais relacionado com o que queremos ver do que o que realmente vemos.
Lá fui olhar no dicionário para saber a definição da palavra ao pé da letra e vi o seguinte: Do latim exspectare, a palavra expectativa também é utilizada para designar a condição de alguém que tem esperança em algo que foi baseado em promessas ou visibilidade de se tornar realidade.
Ah, pronto! Então mesmo sendo “baseado em fatos reais” a gente não pode ter o raio da expectativa? Não podemos nutrir tal sentimento por quê? Para não se frustrar, a maioria de vocês responderá.
Pra mim viver sem expectativa é uma conta que não fecha. Para calcular a longevidade da população utilizamos até a expectativa de vida!
E não é só “todo mundo que espera alguma coisa de um sábado a noite”, como cantava o Cidade Negra, a gente espera um montão de coisas o tempo todo e o dia inteiro.
A gente acorda esperando um bom dia, vai para o trabalho esperando ter sucesso no projeto, tem filhos esperando ter determinados sentimentos e viver algumas situações, casa esperando constituir uma família.
Se a gente for deixar de criar expectativas eu acho que a gente deixa de viver. Na moral, e é bom demais esperar! Planejar, sonhar, idealizar... E se não der certo? Não deu, tem a frustação, tem a tristeza, mágoa...mas não faz parte do pack da vida?
E os unicórnios? De quem vivem? Como criá-los? Esses sim eu não faço a mínima ideia do que esperar deles. Missão abortada!
Me chame de emocionada - agora tá na moda – viver não é justamente esse risco? Esperar por algo que a gente deseja e almeja?
A criação de unicórnios infelizmente terá que esperar um porque eu ainda continuo querendo ter um pouco mais de expectativa de vida e na vida.
Propósito
Quando é a melhor hora para sair de um trabalho? Existe uma melhor hora? Eu sou de uma geração (millenials) que sabe bem a hora de entrar em um trabalho, para isso basta vontade e estar desempregado. Não somos de fazer mil perguntas e nem de achar que não vamos dar conta, somos do time "primeiro você entra, depois você vê". Vê o quê? Vê direito como serão as horas, os valores, as tarefas, as expectativas, vê depois. Sabemos entrar, mas não sabemos sair.
Temos um orgulho secreto em sermos viciadinhos em trabalho e, ao mesmo tempo, vivemos à base de calmantes naturais ou tarja preta. E ainda julgamos a geração seguinte que não aceita qualquer trabalho. Tem sentido? Nenhum.
Ouvi num podcast recentemente uma entrevistada dizer que só convive com gente que trabalha com propósito. Imagina quem será essa pessoa que só convive com uma parcela ínfima da população que, além de privilegiada, precisou dar uma sorte danada para trabalhar com propósito ou aquilo que ama. A pessoa em questão era a apresentadora Ana Maria Braga, concluí que no caso dela dá para viver achando que só é feliz ou interessante quem trabalha com propósito. Quem é que vai contrariar essa senhora dentro do seu círculo social? Ninguém. E também qual o tamanho real do círculo social dela? Quantas dessas pessoas são honestas com ela? Eu diria que poucas.
Mas aqui no mundo real, trabalhar com propósito é basicamente utópico. Meus olhos nunca brilham com tantas coisas, além do trabalho. Coisas que ele pode me proporcionar que me dão prazer, comer bem, viajar, ter conforto. Aqui no meu mundo o propósito da maioria das pessoas no trabalho é um só, o simples e velho: dinheiro.
Essa reflexão foi meu ponto de partida para decidir sair do meu trabalho atual (que era legal, mas pagava mal) para estudar para concurso.
Ganhar mais dinheiro, cheguei num ponto da vida que o meu propósito profissional é esse. E descobrir e aceitar que a gente pode ter muitos propósitos é libertador demais.
No Brasil temos um costume que diz muito sobre a nossa cultura, quando conhecemos alguém já logo de cara perguntamos: o que você faz? E a pessoa responde: Sou (complete com uma profissão) e se não tem profissão, diz que só faz tal coisa, tipo "só” cuida da casa e dos filhos. Eu mesma já me peguei pensando: mas agora eu "só" estudo. A boa notícia é que nem tudo que é cultural precisa durar para sempre. Conto com as próximas gerações para mudar isso, apesar de saber que trabalho não é com eles (brincadeira Gen z).
Não sei se saí do trabalho na melhor hora, na verdade, acho que devia ter saído antes até. Tentei e não tive coragem, a dificuldade que foi achar um trabalho depois da maternidade me fez ponderar demais. O medo de me jogar novamente em uma jornada incerta, quase me paralisou. Que bom que foi quase, acho que tomei a atitude certa. O tempo dirá. Por hora, ganhei mais tempo para investir no meu futuro e não posso desperdiçar nem um segundo. Ah não! Posso, sim, não é desperdiçar que fala, é descanso. Acorda Menina!
A treta de ser a adulta da relação
Hoje foi um dia que você brilhou. Dançou lindamente. Disse que quando dança pode controlar o tempo. E eu não pude me controlar. Gritei, esperneei. Gritei mais um pouco e descontei tudo em você.
Você disse que sou chata e que não falo com você de um jeito bom. Eu assenti e disse que ia tentar melhorar. Pra em seguida repetir tudo de novo. Eu vi sua carinha na cama enquanto a repreendia pedindo pra se afastar do telefone, de mim, de tudo isso. E ainda assim você ficou. Dormiu comigo ali.
Eu sinto muito. Esse lugar de mãe, de cuidar, de orientar e errar miseravelmente é muito difícil. É muito doloroso. Eu não consigo dormir pensando em como você deve estar se sentindo.
Eu sinto tanto... não foi assim que aprendi, não foi assim que me amaram. E eu vou repetindo os erros do que fizeram comigo.
Fazer diferente é difícil pra caramba e saber que posso fazer diferente e às vezes não tem um peso absurdo. Estar consciente disso é carregar o mundo nas costas.
Você é uma criança. Eu sou a adulta. Mas hoje eu não aguentei ser. Hoje eu não fui tudo que podia ser. Hoje eu falhei. Eu sinto muito.
Te amo.
Nunca aceite ser tratada assim. Se coloque. Se ame e reivindique amor. Um amor sem violência. Um amor com empatia. Um amor que te abrace. Que te peça desculpas. Que reconstrua. Não deixe que te tratem mal.
Brilhe e reivindique seu espaço.
Mamãe menstrua
O que você sabia sobre menstruação na sua infância? Eu tento me lembrar, mas não me vem nada em mente antes de uma idade já mais perto da minha puberdade mesmo.
E depois que eu menstruei, hoje vejo que eu tampouco sabia alguma coisa sobre tudo aquilo que estava acontecendo no meu corpo.
Menstruar, para a Marcela de 13 anos, era algo permeado de vergonha. Na escola, as meninas andavam com um pulôver amarrado na cintura para esconder eventuais marcas de sangue na calça do uniforme. Era um medo real a menstruação vazar do absorvente. Quando eu ia trocar absorvente e tinha gente na sala, eu, mesmo com a porta do banheiro fechada, tirava o absorvente da calcinha minimizando o barulho do descolar com vergonha que alguém pudesse ouvir. Lembro da vergonha que fiquei quando soube que minha mãe contou para algumas pessoas próximas que eu tinha ficado menstruada (meu pai incluso).
Hoje em dia eu sou mãe de uma menina e de um menino. Percebo uma curiosidade natural na minha filha sobre o tema. Quando fico menstruada, ela sempre pergunta sobre, sempre fica intrigada. Em algum grau, sei que ela deve pensar que algum dia aquilo irá acontecer com ela também - até porque já falei isso mesmo com ela algumas vezes.
Pois bem, então eu falo sobre, respondo a dúvidas e abuso da naturalidade ao abordar o tema. Explico que uso coletor menstrual, como funciona, etc. Também tento não criar tabus ao fazê-la entender que às vezes vou precisar de privacidade no banheiro para tirar ou colocar o coletor.
Ainda não tenho tantas ferramentas, mas sigo uma meta de normalizar esse assunto, torná-lo cotidiano, próximo. Fornecer informações e uma porta aberta a diálogo.
Tento que desde já minha filha e meu filho saibam mais sobre funcionamentos normais do corpo humano e que sintam que possam falar sobre isso sem grandes tabus. E, principalmente, faço de tudo para que eles não tenham vergonha de algo normal, saudável e inevitável como a menstruação e outras questões corporais.
Dicas do Peito!
🐣 Com elas (as crias)
Criança na Cozinha
Da Ju
Recentemente, eu contei aqui de um movimento que tenho conseguido fazer, de trazer o Tutu pra cozinha de novo. Foi muito interessante ver como algumas poucas sessões de participação dele ajudaram a conseguir uma reaproximação de um alimento que tava meio fora do radar.
(Tudo isso só foi possível porque eu, como adulta, tenho estado mais centrada e com mais “elasticidade” pra lidar com tudo que envolve a maternidade. Digo isso, porque 2 anos atrás isso seria impossível pra mim, tava tão mal de cabeça que não conseguiria ter paciência com o tempo e a bagunça da criança.)
Então, a minha dica dessa edição é: chamem as crianças pra cozinha. Criança pode sim mexer no fogão, com faca, tudo com a supervisão atentíssima do adulto e com muita calma e tranquilidade.
E deixo aqui 2 perfis de nutris que têm me ajudado a trabalhar a minha própria visão sobre o assunto seletividade alimentar:
@nutrirematernar
Podcast apresenta cientistas brasileiras para crianças
Da Dani
Voltados a crianças e jovens de 7 a 12 anos, o podcast "Elas são feras!" traz histórias de quatro brasileiras inspiradoras: a engenheira Enedina Alves Marques, a botânica Graziela Maciel Barroso, a psiquiatra Nise da Silveira e a médica sanitarista Zilda Arns.
Os episódios são de 13 minutinhos e são perfeitos para incentivar e inspirar nossas crias!
Bala de gelatina
Da Catarina
Fiz aqui com ela essa receita super bombada do instagram (no meu aparece o tempo todo). E deu super certo, tem que ser com a forma de silicone. A minha comprei no mercado livre. Tem uma versão mais saudável também que ainda não testei, só com frutas e gelatina. Mas essa com duas gelatinas é muito prática e rende bem.
Ensine as crianças a impor limites
Da Pri
Eu acho muito difícil quando estou com muita raiva e ajo de forma desrespeitosa com minha filha e sua resposta vem a altura: -“não gostei do jeito que você falou comigo!”. Rola aqueles segundos de vergonha alheia e eu preciso me desculpar (mesmo que demore algum tempo). Estes dias, nosso mais novo que mal fez dois anos, chorou dizendo que uma pessoa tinha dito um “não” a ele. Não foi qualquer não, porque isso ele ouve o tempo todo, mas foi um não de um jeito diferente, que ele entendeu que não era ok. Ele conseguiu reconhecer isso e também reivindicou respeito. Foi lindo de ver. Assisti este vídeo esses dias que corrobora meu argumento aqui. Mesmo que nem sempre a gente consiga, acho extremamente relevante consumir conteúdos que nos façam pensar mais sobre e ver os exemplos na prática. A Andressa Reis e seu companheiro Sérgio Carolino também falam muito sobre isso.
Documentos na nuvem
Da Marcela
Você tem os documentos dos seus filhos na nuvem? Muita gente já faz isso, mas eu não fazia e agora passei por uma situação que precisei. Cheguei num Airbnb e eles pediram os documentos das crianças. Fui pegar na carteira e… opa! Tínhamos tirado alguns dias antes e esquecemos de colocar de volta! Foi um pouco caótico conseguir uma cópia digital - precisou minha mãe ir para minha casa e tirar foto lá, enquanto nós esperávamos sem poder entrar no Airbnb. Ou seja, se você não tem uma cópia dos documentos das crianças numa nuvem, tenha.
💃 Sem elas (as crias)
21 perguntas
Da Ju
Uma das músicas que embalou o começo do nosso namoro, lá em 2003, foi essa: 21 questions, do 50Cent. Nela, ele faz 21 perguntas pra sua amada, “todas sobre nós”, entre elas: “Você ainda me amaria se eu estivesse na pior?”, “Você confia em mim o suficiente pra me contar os seus sonhos?” e até “Se eu fosse baleado e me machucasse, você estaria ao meu lado?” (não sei se você sabem mas o 50Cent levou 9 tiros e não morreu, achei pertinente essa pergunta no caso dele).
Seguindo o caminho do 50, encontrei no Instagram 2 perfis que propõem perguntas a serem feitas e respondidas em dupla (a maioria por casal, mas muitas também cabem em outras relações, como amizade ou familiar). Os dois tem reels com as perguntas e um app com mais profundidade. Às vezes pego algumas pra puxer conversas com meu marido, meio do nada, acho interessante pra reforçar a conexão, mesmo após quase 21 anos juntos. (São todas em inglês).
- Daiy Agapé
- Love wickExposição do Francis Bacon no MASP
Da Marcela
Uma dica pras paulistanas que nos lêem aqui ou para as que planejam uma ida a SP até dia 28.07: inaugurou no MASP a exposição do artista Francis Bacon. A exposição, com enfoque em seu lado queer, está bem completa e tem várias obras incríveis. Eu curto muito o trabalho do Bacon e corri para SP para visitar. Recomendo o passeio até a capital vizinha!
Noite livre
Da Pri
Por estes dias temos aqui como casal repensado as formas de recuperarmos nosso tempo individualmente (e juntos também). Já contei aqui sobre separar um dia na semana ou a cada quinze dias para um encontro programado, mesmo que seja em casa. Hoje venho sugerir um dia recorrente, mesmo que uma vez por mês, para cada um ter um vale night pra sair com amigos, fazer uma aula que goste ou mesmo ir ao cinema ou teatro sozinho. Acho que ajuda na própria relação, a todos nos lembrarmos das nossas individualidades, dos nossos desejos pessoais e o quanto a precisamos lembrar de sermos nós mesmos sem depender de ninguém pra se sentir bem.
Não é feitiçaria, é tecnologia
Da Dani
Sabe aquele buço desagradável que você às vezes esquece de depilar? Comprei um aparelho que não é feitiçaria, e sim tecnologia que tem resolvido muito bem esse problema tanto pra mim quanto pra minha pré-adolescente de casa.
Portátil, recarregável e super fácil de usar, parece mais um batom mas cumpre bem o papel de tirar o bigodinho de Frida. Comprei nesse link: https://shope.ee/3L4POy4uU2
🎶 Já conhece as nossas playlist no spotify?
→ Para ouvir sem as crias
→ Para ouvir com as crias
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esse texto da Pri mexeu fundo comigo.
Ju, a pergunta 15 foi a que mais me instigou. Penso muito sobre a velhice e o envelhecer e essas questões aparecem para mim com frequência.
Pri, que lindo o seu texto. Destaco o: "Você é uma criança. Eu sou a adulta. Mas hoje eu não aguentei ser". Me emocionei.
Marcelinha, também sentia muita vergonha da menstruação na adolescência (na verdade, de um eventual vazamento do sangue - o casaco amarrado era lei). Minha mãe sempre falou de menstruação para mim, tenho uma memória de ela sempre andar meio pelada em casa (haha) e contar tudo sobre o corpo de forma natural. Mas mesmo tendo o papo aberto, eu pedi segredo para minha mãe quando menstruei pela primeira vez. É claro que ela contou para um grupo que estava na cozinha em algum evento que estava acontecendo na minha casa (eu estava com aquelas câmeras anos 90 filmando e peguei no flagra). acabou a festa para mim. hoje dou risada, mas o sofrimento da traição foi real!