Divinas Tretas #41
Newsletter carioca sobre maternidade, mulheres e muito mais. Com dicas do peito para fazer com as crias e sem elas.
Alalaô, divinas treteiras!
Janeiro e seus 384746 dias finalmente ficaram para trás e chegou o mês do Carnaval. Não preparamos uma edição temática dessa vez, mas chamamos uma convidada muito carnavalesca para um texto sobre o tema. A convidada é a jornalista Marina Gonçalves, mais conhecida como Mãe Boêmia no insta e fora dele. A Marina também elaborou uma listinha de blocos infantis do Carnaval e vamos compartilhá-la aqui também. No fim, temos aqui mais uma edição não-temática, mas com textos que acabam conversando bastante entre si. Quais diálogos você vai sentir entre eles? Comenta suas visões que pra gente esse retorno é fundamental!
No mais, mantenha-se hidratada, use filtro solar, camisinha e bom Carnaval!
Texto da convidada mãe boêmia
O meu primeiro carnaval como mãe, grávida, em 2018, teve um momento insólito. Uma foliã viu minha barriguinha, que eu adorava exibir nas fantasias daquele ano, e me perguntou sorrindo, "você está grávida?". Eu disse que sim, estava, naquela euforia carnavalesca. Ela respondeu, seca, "meus pêsames", e foi embora. Eu fiquei tão desconcertada com aquela inconveniência, para dizer o mínimo, que na hora eu não consegui nem reagir. Não fiquei triste ou chateada, simplesmente fiquei sem ação. Depois, passei o resto do bloco pensativa: "o que será que fez uma pessoa que nunca me viu na vida, externar uma opinião dessa maneira tão invasiva?" (mal eu sabia que palpites alheios sobre a minha maternidade seriam uma constante nos meses e anos seguintes).
Eu podia não estar feliz estando grávida num bloco, mas eu estava e ela não me conhecia. Será que ela pensava que a minha vida iria mudar para sempre (sim, iria) e aquele seria meu último carnaval? E por que ela pensava assim? Bom, se ela fosse mãe, ela estava ali curtindo o carnaval também. Se ela não fosse, como poderia saber como seria a minha vida sendo mãe? Como ela poderia saber como seria o meu carnaval sendo mãe?
A primeira lista que eu fiz com os blocos infantis foi no ano seguinte, a minha filha tinha sete meses e eu estava naquela empolgação do primeiro carnaval com ela. Colocava ela no sling ou no canguru, fazia fantasias combinando e ia para onde me desse na telha. Eu fui no boitolo e foi maravilhoso, juro!
Naquele ano, em 2019, aquela lista de blocos para ir com crianças viralizou: foi a primeira vez que meu perfil foi muito compartilhado. Várias amigas que tinham filhos que não estudavam na mesma escola que a da minha filha, falavam, "nossa, recebi o link do seu perfil no grupo de pais!" Acho que foi a primeira vez que o @maeboemia ficou meio famoso. E todo ano é a mesma coisa: o carnaval é a época que eu ganho mais seguidores, é quando muitas pessoas me conhecem pela primeira vez. Hoje são mais de 10 mil pessoas que me seguem, muitas esperando a lista de blocos infantis no carnaval do ano que vem. São milhares de mães como eu que curtem o carnaval com (ou sem) filhos.
Claro que curtir o carnaval com uma criança não é igual a curtir um carnaval sem uma criança, ninguém aqui está defendendo isso. Hoje, que minha filha tem 5 anos, é muito mais difícil, por incrível que pareça. Quando ela tinha 7 meses eu colocava ela no canguru e fazia o que eu queria, hoje não. Ela reclama dos blocos muito cheios, quer encontrar os amiguinhos, não deixa mais eu escolher a fantasia dela há muito tempo... Enfim, nos atrasamos para sair de casa, perdemos o bloco às vezes. É um perrengue. Mas compensa.
E eu amo compartilhar essa experiência ao lado da minha filha. Eu fui tão feliz no carnaval na minha infância: me lembro até hoje dos bate-bolas, das fantasias que a minha avó costurava para mim. Faço tudo para construir essas mesmas memórias afetivas com ela.
Sei que vai chegar a fase da adolescência, ou da pré-adolescência, e ela vai dizer "odeio o carnaval, odeio sair com você". E tudo bem, provavelmente eu fiz a mesma coisa no carnaval de 1995, em Porto Seguro (desculpa pai!). Minha questão aqui é: porque o carnaval não é feito para mães e crianças? Quem falou isso? O carnaval, afinal, não é voltar a ser criança?
Eu ainda não sei como vai ser esse ano, provavelmente vai ser mais difícil conseguir nos blocos que eu quero com ela, possivelmente eu e o pai boêmio vamos ter que nos revezar em alguns momentos. Só sei que ainda não estou pronta para abandonar de vez o carnaval e viajar, não estou preparada ainda para passar esses quatro dias longe das ruas (talvez eu nunca esteja). Por isso sigo aqui, firme, forte e purpurinada, tentando manter essa tradição que já completa seis anos se contarmos a gravidez. E o que posso dizer para aquela foliã inconveniente que me deu os pêsames é: acho que você se enganou.
Vesti um short e pirei
Nessa edição, vou seguir falando sobre a experiência da academia, você que me desculpe se não quiser ler sobre isso. Mas acho que vai ser bom, pra mim e pra você. Esse texto vem sendo “ruminado” (como eu gosto de falar) há muitas e muitas semanas, com pensamentos e reflexões meio soltas, meio concatenadas.
É que o mundinho fitness (o vendido e o real) era muito distante, muito diferente. E como sou uma pessoa bem observadora, não pude deixar de perceber algumas coisas, especialmente o que eu chamo de Personagens da Academia:
Os caras marombas (GymBros), uns 3 ou 4 que vão malhar juntos e ficam literalmente gemendo alto, pegando muito peso, todos reunidos em volta do equipamento que o coleguinha tá usando, e geralmente ao final das repetições deixam o peso cair no chão de qualquer jeito;
As gostosas esculpidas, com shortinho de “bumbum-guloso”;
A gata que vai e mal olha o celular, parece já saber o treino de cor (em contraste comigo, perdida olhando mil vzs a telinha pra conferir o exercício, o peso, as reps, o tempo de descanso etc);
As tiazinhas mandando ver nos pesinhos;
Os caras que tem cara de nerd e corpo de marombeiro, causando uma dissonância cognitiva no meu cérebro.
E por aí vai. São muitos os personagens que eu crio enquanto tô ali na esteira, vendo se o tempo passa mais rápido (spoiler: não passa. minutos de Cardio são como Minutos de Microondas, escutei isso essa semana). Mas um tipo de personagem eu não contava encontrar: a Galera Legal. E ela é bem grande, ainda bem. (pelo menos no horário “de psicopata” que eu vou as 5h40 da manhã).
Por mais que a imagem do ambiente de academia que tem sido vendida por muitos anos seja a dos GymBros e das Gostosas Metidas, pude perceber na prática que nem sempre é assim. Muita gente vai malhar só com a garrafinha e um sonho, pessoas comuns com objetivos comuns. E gosto de me colocar nesse grupo (e nem garrafinha eu levo, só o sonho mesmo).
Nesses 6 meses eu percebi o quanto minhas roupas passaram a ficar folgadas em certas áreas e apertadinhas em outras. Dizem que essa é a melhor forma de medir as mudanças do corpo, em vez do número da balança pura e simplesmente.
Há umas semanas, em dezembro, vesti um short G da Oh, Boy! que entrou certinho, e que, em 2020, estava super folgado. Eu sei que tem 3 anos aí, uma pandemia, um ano e pouco de antidepressivo, sedentarismo. Tudo que poderia justificar mas fiquei meio na bad de ver como eu já achava que meu corpo tava grande usando o maior tamanho da marca e agora há pouco nem ele tava me cabendo. A cabeça vai em mil lugares, a questão da pressão estética, da gordofobia, que eu tô longe de passar, mas penso em tantas pessoas que convivem com isso.
Na consulta com a Pat, minha nutricionista, ela falou “é muito injusto que um simples pastel chegue a 400 calorias e a gente precise de um dia inteiro de academia pra queimar isso”. É um esforço fudido que a gente tem que fazer pra emagrecer e manter. (eu a amei ainda mais por usar essa palavra, injusto).
Não só esforço físico (mas também). O esforço de sair da estagnação, de se manter em movimento, de cuidar da alimentação, do exercício, o quanto isso consome tempo e espaço mental. E dinheiro, sempre. Enfim, vesti um short e pirei.
A treta dos sentidos
Melhores sentimentos que senti nesse tempo foram os suspiros e arrepios.
Sempre gostei de suspiro. Aquele doce que apesar de muita gente achar muito doce para mim sempre foi perfeito: cabe na mão, tem gosto de açúcar gostoso, cabe na boca de uma só vez e derrete de uma maneira que deixa o retrogosto por um tempinho suficientemente delicioso.
Tem quem não goste de suspiro, mas pra mim era o doce que sempre pedia quando pequena.
Suspiro bastava algumas vezes: doce bastante doce, mas na medida certa e sempre gostoso.
Ah, e o arrepio…Arrepiar tem de todo jeito: A gente se arrepia de medo até, quando a gente imagina que algo de ruim pode acontecer com a gente. Aquele medo que as vezes paralisa e toma conta de todo corpo.
Não era esse o caso, acho que era o tecido epitelial respondendo a todo o desejo, tesão e entrega, e traduzindo na pele o que tava lá dentro do meu corpo.
É que lá dentro parecia um pouco de pout pourri de sentimentos. Aquela coisa meio devassada que faz alguns órgãos ficarem confusos de tanta informação.
O corpo tem tantos órgãos. Tem aqueles músculos voluntários e involuntários, que até já fizeram parte de letra de música, como dizia Marisa Monte.
Os voluntários nem sempre nos obedecem e os involuntários, esses que cismam em ter vida própria de toda maneira.
Estranho pensar que não temos controle sobre determinada parte do corpo, não é mesmo? Mas também é uma delícia quando a gente sente o inesperado, tipo um bebê chutando pela primeira vez na barriga, e a gente fica tentando descobrir se a gente tá sentindo realmente o que a gente tá pensando que tá sentindo.
Difícil é conseguir algumas vezes sincronizar a coisa toda: tem vezes que o involuntário tá ali, dominando a situação que já tá meio sem domínio, porém nem sempre a falta de domínio também não quer dizer que não foi algo já pensado, algo que tava lá escondido no nosso subconsciente.
Dizem que sentimentos e consciência não são a mesma coisa, mas eu discordo. É preciso ter muita consciência pra sentir de verdade e poder traduzir até mesmo na respiração aquilo que a gente sente.
Suspiro é uma forma de respirar? Acho que respiramos assim algumas vezes e se eu fechar os olhos ainda consigo ver as muitas vezes que isso aconteceu.
Aquela respiração profunda, involuntária, que parece percorrer todo corpo, órgãos tecido, que sai pela boca, pelo nariz, pela pele, às vezes pela ponta da língua.
Uma respiração que cisma em aparecer junto com o arrepio, que levanta os pelos em cada centímetro da pele.
Como uma profunda apreciadora de suspiros , meu desejo é que eles e os arrepios continuem co-existindo, constantemente, involuntariamente, e que esses sentidos não percam sentido.
Cansei em fevereiro
O ano mal começou e estou sem nenhuma paciência, esgotada, tendo crises intermináveis de enxaqueca, uma criança que voltou a acordar na madrugada (ela volta a dormir rápido, mas eu é que demoro depois que me acordam) e mais uma porrada de probleminhas que, juntos, viram a avalanche da exaustão.
Janeiro durou uns 300 dias, mas eu estava bem, tinha feito as minhas metas de ano novo e estava confiante, me sentindo descansada. Eu acho que virou o mês e bateu uma saudade das minhas férias de mulher sem filhos com décimo terceiro na conta.
Como sou muito racional e gosto de resolver problemas, fico aqui pensando em motivos para tanto cansaço. Seria falta de vitamina? Acho que não, já tive essa paranoia e ela se resolveu com um simples exame de sangue.
Seria o trabalho que hoje vive na palma da minha mão? Durante as férias, precisei colocar no mudo todos os grupos (que são muitos) e passar correndo pelas mensagens para apagar o aviso de não lido da tela. Atualmente dá mais trabalho desligar do trabalho, já que ele está no seu celular, na sua conta de rede social, no seu email. Antigamente era só deixar o escritório e a paz reinava. Agora não. E eu gosto de desligar totalmente, até porque meu olho estava tremendo e ele só parou de tremer na terceira semana de férias, ainda bem. Mas a impressão que o meu corpo me passa é que eu descansei por um dia e voltei a fazer tudo que estava fazendo.
Seria a volta às aulas? Não me apedrejem, eu também amo a escola, é minha rede de apoio e tudo mais. Porém, com ela, voltam as viroses e esse ano ainda temos a Dengue bombando. Cada ano inventam uma crise sanitária do verão, dos mesmos criadores do hit de carnaval. E a gente ainda tem que agradecer que não é uma nova pandemia de COVID. Seria o desgaste das férias com criança que me dá uma ansiedade tremenda, ter que planejar o dia de outra pessoa, em função daquela outra pessoa e ainda manter ela viva.
Um pouco de cada um e muito mais, são muitos motivos, dá pra escrever quase um livro. Só sei que dia dois de fevereiro as pessoas jogando flor para Iemanjá na praia e eu irritadíssima com a sujeira que isso iria causar no dia seguinte.
Sintoma de gente cansada, se irrita com tudo. Não gosto de me sentir assim. Respiro e tento me reconectar, nada de me entregar, não tenho essa opção. Ainda é fevereiro, carnaval tá aí e depois páscoa e tudo mais. Ânimo, eu penso, ok, eu mesma respondo.
Mas antes música triste para irrigar os olhos, água quente para os pés cansados e chocolate para a alma abatida. Oh Abre alas que o meu cansaço vai passar.
A treta de ter que tretar (e o movimento “não perturbe a minha paz com demandas que envolvam crianças e suas necessidades”)
Ontem, depois de uma sessão pesada de terapia, o que me fez me sentir super sensível, soube que o nosso condomínio não vai permitir que guardemos nossa bicicleta no lugar de sempre. Chorei igual criança.
A partir de agora, teremos que subir mais uma rampa (aquelas íngremes de estacionamento). Nossa bicicleta não tem força suficiente. Como faremos isso com duas crianças, portanto, não sei. Vou descer da bicicleta e empurrar nessa subida correndo o risco de desequilibrar? Vou tirar os dois e mandar esperar junto com o porteiro? - de longe a sugestão mais insana que propuseram. Vou ter que ir caminhando com elas ao meu lado (como se elas de fato fossem ficar junto a mim) vigiando pra nenhum carro descer correndo e nos atropelar?
Outra solução proposta foi subir de elevador com a bike. O síndico ainda detalhou: primeiro eu tiraria as crianças da bicicleta, manobraria a mesma, enfiaria no elevador, enquanto meus filhos esperariam placidamente do lado de fora, óbvio. Aí, sim, eu seguraria o botão pra porta não travar, colocaria eles dentro do elevador e subiria, finalmente. Chegando no andar superior, começaria o processo oposto. Isso tudo num estacionamento, onde passam carros.
Minhas crianças são normais e saem correndo do nada. Só quem não viveu isso de verdade é que não tem noção. Ou então quem talvez tenha conseguido a colaboração através do medo da violência, o que não tenho coragem de fazer. Mesmo que advirta que vem carro, que machuca, que pode “quebrar a cabeça” e ir pro hospital. Ainda assim, não é suficiente. Se for pros seus filhos, amém pra você. Um trampo a menos.
Até me senti obrigada a fazer um vídeo evidenciando que a bicicleta nem entrava no elevador. Eu chorei enquanto me submetia a essa situação.
É tão surreal… A pessoa responsável não conseguia nem alcançar o rolê que significava retirar duas crianças da bicicleta e deixar no chão no meio de um estacionamento…
Enfim. Após muita discussão e argumento e mesmo tendo direito a uma vaga de carro que não é usada, pois nosso meio de transporte é a bicicleta, perdemos a briga.
Eu sei lá o que é exatamente, mas fiquei muito mexida. Me senti muito injustiçada. Não sei explicar, mas é como se fosse só a culminância de tantas outras vezes que fui invisibilizada nas demandas específicas que eu achava que tinha direito e mais uma vez a sociedade foi lá e disse: foda-se. Se vira.
Até quando a gente vai sentir que não aceitam nossos filhos e nossas necessidades mais que justificáveis? Que não nos ouvem de verdade? Que não são capazes de refletir, de entender que as coisas podem ser mais complexas e que valeria a pena repensar as formas padronizadas?
Eu tô cansada de passar por isso. De brigar pelo pouco. De gritar. De chorar. De ser taxada de reclamona. De reclamar. De ter que me adequar a regras que só existem pra nos excluir ou nos deixar mais exaustos em sermos mães e pais.
Garantia de vida chata
Outro dia li uma gringa no Instagram respondendo uma caixinha de perguntas em que alguém perguntava: você pensa em ter filhos? Ela respondeu: “Acho improvável. Minha meta é escalar o Monte Everest! Ter filhos é muita responsabilidade e torna a vida sem graça e chata pra alguém com uma personalidade como a minha.” Personalidade como a dela, hum. Divertida, descolada, aventureira (olha o Everest na bucket list dela). Incompatível com a maternidade, segundo ela.
De súbito senti aquele olhar de fora, aqueles grandes olhos que o Milan Kundera fala sobre em “A Insustentável Leveza do Ser”, que acompanham tudo o que você faz, julgando, impondo um senso de vergonha sobre o que fazemos. Sob os grandes olhos dessa instagramer aleatória me vi há uns dias curtindo um bloquinho infantil no pré-carnaval, levando água e saindo do bloco para um momento do pão-de-queijo para todo mundo retomar o bom humor depois de míseros 40 minutos de folia. Me vi indo dormir às 22h exausta, tendo tido uma horinha apenas para ler um livro e considerando isso o momento de lazer adulto do dia. Realmente, minha rotina poderia ser classificada como sem graça e chata por aquela it girl.
Com algum esforço, consegui me livrar do alheamento que aquele olhar julgador estava me impondo e resetei alguns parâmetros. O primeiro é que ninguém vive subindo o Everest todos os dias. É uma meta que requer planejamento, etc, mas a pessoa que a cumpre vive dias de rotina normal antes e depois do grande feito. E depois pensei como me incomoda essa abordagem de que você vira mãe, vira logo uma jocosa meio brega.
Muitas vezes me esforço para não me ver perdendo algum brilho que eu possivelmente tinha e que o cotidiano como mãe possa ter me tirado. Já me peguei tentando demonstrar a outras pessoas em papos aleatórios que continuo sendo progressista, divertida, descolada - com medo de recair no status da mãe jocosa. Mas por que tudo isso?
A pressão de envelhecer é enorme sobre todos, especialmente sobre as mulheres. E virar mãe é cumprir uma das fases em direção à velhice. Aprendemos incessantemente nos anos de escola que o ciclo da vida se baseia em nascer, crescer, se reproduzir e morrer. Evitando o “se reproduzir” talvez nunca cheguemos no morrer, grita o nosso subconsciente. Tirar-se do centro da sua vida para dar lugar a quereres de outrém pode parecer uma derrota diante desse olhar do constante gozo jovial de viver a vida. E eu, justo eu que atualmente tenho me charfurdado no tema do envelhecimento, tenho essas inseguranças sobre a etapa de vida em que me encontro.
Mas talvez justamente por estar problematizando muito o envelhecer foi que tive toda essa digressão ao ver um story aleatório. E pude perceber todas essas coisas sobre mim e sobre o mundo que nos cerca. Pude, enfim, dar mais um passo em direção a autoaceitação que nunca finaliza completamente: valorizei pra caramba meu momento. E vi que não, eu não acho ninguém sem graça por prezar por uma noite de sono bem dormida. Ou por optar por um programa que é mais interessante para as crianças do que para a pessoa em si. Nem todos os dias, mas muitos dias. Acho interessante a pessoa que tem essa balança e pesa quando vai ser o centro das suas decisões, quando não. Dou valor. Acho até revolucionário poder sair do seu eixo. E, principalmente, acho incrível pessoas com senso de responsabilidade. Nada jocoso em ser responsável com você, seu entorno e os demais. E sim, você pode ser mãe e ainda escalar o Monte Everest - talvez com um planejamento melhor e mais responsabilidade.
Dicas do Peito!
🐣 Com elas (as crias)
A lista mais esperada dos blocos infantis do Carnaval!
Da Marina Gonçalves
Dessa vez, as dicas ficam a cargo da nossa convidada mais boêmia, a Marina do @maeboemia. Já prepara a agenda! Mantendo a tradição, ela cataloga apenas blocos gratuitos e na rua. Fique de olho no insta dela para outras indicações fora desse critério!
10/02 - Sábado
Cordão Umbilical
Onde: Largo dos Leões, Humaitá
Horário: 8h
11/02 - Domingo
Bezerro Tolinho @boitolo
Onde: Teatro das Marionetes (a confirmar)
Horário: 9h
Fanfinha @blocofanfarani
Onde: Praça Chaim Weizmann, Botafogo
Horário: 10h
Que caquinha é essa?
Onde: Bar Paz e amor, Ipanema
Horário: 9h
Banda do Bairro Peixoto
Onde: Praça do Bairro Peixoto, Copacabana
Horário: 16h (bailinho infantil)
12/02 - Segunda
Largo do Machadinho mas não largo do suquinho
Onde: Largo do Machado
Horário: 10h
13/02 - Terça
Bagunça meu coreto (adulto mas super kids)
Onde: Praça São Salvador, Laranjeiras
Horário: 9h
💃 Sem elas (as crias)
Nutri
Da Ju
A nutri que falei no meu texto é essa aqui: Pat Rung. Gosto muito do trabalho dela na nutrição com o olhar comportamental, que nos enxerga como pessoa e não apenas como números numa balança. Nossas experiências, crenças e ações fazem parte do problema e também da solução e a Pat sabe muito bem como canalizar e nos guiar pra um caminho de alimentar melhores escolhas. Atende presencial e on-line.
Alimentação sem terror
Da Catarina
Falar de comida ultimamente virou também motivo para polarização. Uns odeiam glúten e defendem que o mundo inteiro deve viver sem ele, outros acreditam que praticamente todos os alimentos inflamam e também devem ser cortados. A internet virou palco para mais uma pauta que causa muita desinformação e ódio. Sim, até comida virou motivo de brigas inflamadas (não resisti ao trocadilho). Assim deixo aqui 3 dicas de conteúdo sobre alimentação. Duas nutricionistas que desvendam mistérios e derrubam mitos de forma descontraída, precisa e leve.
E também adoro essa newsletter do Mateus Habib - Prato Feito - nela ele fala sobre gastronomia, alimentação, receitas antigas, tradições e tanta coisa que envolve o universo do comer.
Pra uma vibe de se entrincheirar um pouco
Da Pri
Não me lembro exatamente quem indicou esse show, mas na época me pareceu interessante e fui ver. Acho que ainda estava grávida e chorei e ri muito. O Bo monta um show solo no seu kitnet durante a pandemia, meio que pra não enlouquecer. E usa de todas as pirações possíveis pra criar os cenários imaginados, as letras mais bizarras e tristes e o humor original que me pegou em cheio. O nome é Bo Burnham: Inside.
🎶 Já conhece as nossas playlist no spotify?
→ Para ouvir sem as crias
→ Para ouvir com as crias
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