Divinas Tretas #24
Newsletter edição temática sobre solidão materna. Com dicas do peito com as crias e sem as crias.
Olá, Divinas!
Essa edição é temática, escolhemos a solidão materna para explorar em nossos textos e dicas. Muitas referências musicais, melancolia, reflexões e nossas dores amores em forma de palavras.
Queremos saber o que você estão achando dessas edições temáticas?
Quer sugerir algum tema? Coloca ali nos comentários.
Um beijo e até a próxima!
Não esqueça tudo que está em azul é um link.
A treta do silêncio da noite
Depois que ele foi em definitivo pro outro quarto pra cuidar da mais velha, nunca mais consegui esticar o lençol e o edredom pra caberem dois. Fica um emaranhado que eu puxo de um lado pro outro e parece não me caber. Não cabe o meu pequeno corpo em um conjunto de roupas de cama queen.
Não cabe a solidão da noite. Das inúmeras interrupções de sono e de sonhos.
O movimento lento. A paralisia e formigamento dos membros para sobrar espaço pro bebê, que me procura sem descanso, me prensando no canto da cama. Que não para até me tocar no desejo de companhia.
Me embaralho pra cá e pra lá tentando abrir espaço pra mim mesma.
Pra me achar nessa teia de fibras. Esse calor que me despe e em seguida vai embora. Os choros inacabados e a vontade de que fosse outro ali do lado para me cuidar, me abraçar e me aconchegar. O definitivo sempre foi pensado para ser temporário, mas, por ora, vai se eternizando. Por ora, no silêncio da noite, eu fico imaginando (quando éramos só) nós dois.
Garça-moura
As manhãs eram particularmente difíceis e começavam cedo demais. Ali semi-sozinha (aquele recém-nascido mal contava como um ser humano integral ainda) Maria não tinha com quem dividir suas angústias antes do nascer do sol. Mas bastava lançar um olhar pra fora da janela que já via sua companheira mais fiel das brumas matinais: aquela garça-moura no galho mais alto da árvore em frente à janela.
A primeira vez que a garça aparecera no alto da árvore foi logo que Maria se mudara, antes mesmo de engravidar do seu segundo filho. Muito tempo tinha se passado desde a tal primeira avistada, de modo que quando as manhãs na varanda com um recém-nascido se tornaram uma constante e, junto com elas, a presença de sua companheira ave, Maria se perguntara se se tratava da mesma que avistara há mais de ano ou se aquele galho ali era um point das garças-mouras da cidade.
Mas o fato é que a garça começou a pousar ali, no mesmo bat-galho, quase todos os dias. As manhãs eram longas. Caetano muito bebezinho, Lia se entendendo com seu novo papel de irmã mais velha e Maria ali, lidando com os dois, algumas vezes com ajuda, muitas outras sem. Olhava pela janela buscando um escape e lá estava ela, a garça, observando a baía de Botafogo do alto do seu mirante particular.
Lia já sabia e dizia: "mamãe, hoje a sua amiga garça veio visitar!". Os dias que ela não aparecia lhe davam uma sensação estranha, um misto de "será que ela não vai voltar nunca mais?" com "o que será que ela faz quando não tá aqui?". Afinal, qual é a rotina de uma garça-moura no Rio? O que ela faz, do que ela se ocupa? Por que ela passa tanto tempo ali no galho, de pé, às vezes abrindo as asas no sol?
Uma coisa era curiosa: nunca ninguém da casa a via chegar nem sair. Maria olhava pra fora assim que a manhã começava e, quando ela não estava, ela voltava a olhar repetidas vezes pra ver se a danada lhe daria um bolo aquele dia. E às vezes, coisa de um minuto depois de olhar e constatar sua ausência, olhava novamente e não é que a garça já tava lá, parada, como se tivesse acomodada há um tempão? E nada da Maria ver ela chegando. Assim foram se passando os dias, os meses e Maria foi construindo uma amizade de via única com a ave.
Ela virara um conforto, uma presença de proteção, um ponto auspicioso que dizia sem palavras "vai ficar tudo bem" e "você vai dar conta".
Na loucura do puerpério e das infindáveis horas que custavam a passar, Maria chegou a pensar se a ave não era uma miragem, uma projeção de uma mente cansada buscando um ponto de apoio, um sinal divino, uma amiga zelosa, uma companhia fiel. Mas se segurava no fato de que a filha a via também. Parecia estar tudo certo com sua sanidade - pelo menos no tocante a visões de aves.
Num dia um pouco estranho de agosto, Maria repetiu sua habitual olhada pela janela e não é que se deparou com a garça chegando, finalizando o voo de pouso? Que susto tomou. Ficou até emocionada. Finalmente vira a garça voando! Seja bem-vinda, amiga! Obrigada pela visita hoje. Pois bem, depois desse dia, imaginou que a amizade alçaria um novo nível de intimidade. Afinal, Maria já a capturara no seu momento mais desorganizado, chegando e se acomodando; Maria havia humanizado a ave. Até então ela se assemelhava mais a um totem místico, impávido, observador, meditativo. Agora Maria conhecia seu cotidiano, seu corre diário, assim como a ave conhecia tão intimamente o dela.
E aí aconteceu que depois disso ela sumiu. Nunca mais apareceu. Teria ela sentido seus olhos atentos analisando seu voo desengonçado? Teria ela ciência da presença de Maria, tanto quanto Maria tinha da dela? Nunca saberia. Mas o fato é que olhou todo santo dia pra fora até dar a causa por perdida.
E assim passaram-se meses, ela não voltaria. Talvez ela tenha até morrido. Quanto tempo vive uma garça? As olhadas para fora ficavam cada vez mais rarefeitas, assim como as acordadas antes do sol, afinal Caetano vinha crescendo e entrando no hábito da casa. As dificuldades não acabavam, mas pelo menos iam entrando nos eixos, sendo menos obscuras. Maria foi retomando algumas coisas do seu cotidiano de antes de virar mãe de dois. Já não se sentia tão sozinha. Semanas se passavam sem que pensasse na garça.
Um belo dia, pouco antes do Caetano começar na escolinha, Maria olhou de relance pra fora e olha quem havia voltado! No mesmo galho de sempre, a garça pousada como se nunca tivesse desaparecido. A garça parecia igualzinha. O galho agora tinha um pouco mais de folhas que no ano passado, reparou. Mas de resto, tudo o mesmo. No segundo que a viu, Maria reviveu todas as dificuldades dos seus primeiros meses como mãe de dois. Sentiu até o cheirinho da cabeça do Caê recém-nascido. Tudo igual. Quem tava diferente mesmo era Maria.
Solidão compartilhada e Solitude
Por Ju
Eu já senti muita solidão antes de me tornar mãe. Me lembro do sentimento na adolescência e 20 e poucos anos. Eu era a “menina amiga dos meninos”, mas não tinha coragem de me abrir com eles, tão insensíveis, e não me sentia próxima o suficiente de algumas garotas pra confidenciar meus sentimentos e agruras desta fase. Me sentia nesse limbo. Sendo uma das primeiras do meu círculo de amigos e amigas mais íntimos a ter filho, também me sentia sozinha, não tinha alguém que escutasse uma dúvida ou reclamação minha e falasse “sei bem do que você tá falando”.
Ser mãe é um “solitário andar por entre a gente”.
Desde o primeiro dia, meu marido acompanhava tudo, se preocupava, se divertia com a pança crescendo e o bebê mexendo, dividia sonhos e expectativas, cuidava do meu/nosso bem-estar, mas só EU estava abrindo mão do meu corpo, meu querer, meu andar, meu ir e vir, meu vestir, meu comer, meu beber.
Nas infinitas noites dos primeiros meses, amamentando, trocando fraldas, amamentando, trocando fraldas, eu tava sozinha. “Estou acordada e todos dormem, / todos dormem, todos dormem”, eu cantava bem baixinho, enquanto embalava o bebê pela 5ª vez.
Mas foi principalmente a partir do grupo do zap (que deu origem à Liga Materna) que eu fui encontrando minhas pares, companheiras na solidão. Todas as pessoas que já existiram nasceram de uma mulher que passou pela mesma coisa que eu, em algum nível. Não era nada de inédito o que eu vivia, mas ainda assim me sentia única nesse caminho. Uma solidão de quem repetia pela trilionésima vez algo tão corriqueiro, mas que se sentia tão diferente de tudo e de todos. E foi com elas que aprendi a enxergar a minha solidão como uma solidão compartilhada.
A qualquer hora, do dia ou da noite, alguém estava online no grupo. Fosse pra jogar conversa fora numa insônia ou outra, fosse pra te abraçar virtualmente num momento de desespero da madrugada, sozinha SOZINHA eu não estava mais. Sim, ainda continuava sendo a cuidadora de referência do meu filho, aquela que carregava uma carga mental gigante e a única que segurava o rojão quando a chapa esquentava, mas eu sabia que não era a única a passar por isso, e essa consciência mudou tudo.
Eu sabia que em algum outro lugar da cidade, uma mulher-mãe estava também acordada dando remédio pra baixar a febre do filho, outro peito estava sendo sugado pra acalmar um bebê.
E com o tempo, eu fui aceitando essa solidão inevitável e querendo encontrar a “prima” dela, a solitude. Solitude é um termo poético que se refere à solidão, porém não diretamente associado ao sofrimento. Eu entendo como aqueles momentos em que a gente deseja estar sozinha. Quem tem filho pequeno sabe o quão raros são esses momentos, e a infinidade de coisas que a gente consegue fazer quando tá sem a cria (ou os tantos “nadas” que também precisam ser feitos) quando essas pequenas janelas de solitude aparecem.
E já que estou citando Legião aqui, “de tarde eu quero descansar, chegar até a praia e ver/Se o vento ainda está forte (...) Vê, a linha do horizonte me distrai (...) Já que você não está aqui…O que posso fazer é cuidar de mim”.
Assim, desejo mais e mais momentos de Solitude, pra mim e pra você.
A solidão de quem não está só
É preciso coragem para admitir que ser mãe é um ato de solidão. Solidão em sua palavra: solitude, desconexão e até uma certa melancolia. Não se trata de estar sozinha, porque depois que a gente é mãe tá tão acompanhada, que nem o número dois passa sem companhia. E por isso é uma solidão que chega a ser incoerente.
E nesse maternar a gente não tá só acompanhada dos nossos filhos fisicamente, mas de todo kit-cria que está vinculado a eles: as preocupações, cobranças, compromissos, dúvidas, felicidades, realizações.
Minha primeira percepção de que eu, eu mesma e Dani tinha esquecido de si foi na primeira viagem que fiz depois do nascimento dos gêmeos. Eles completariam seis meses e eu comemoraria meu aniversário em um hotel fazenda.
Era tanta alegria e expectativa de sair da toca e me distrair alguns dias com bufê liberado e piscina no alto do meu puerpério, que quando cheguei lá me dei conta que não havia me depilado. É uma solitude da falta de olhar para nós mesmas: desejos, anseios, quem eu era, quem eu sou agora.
O fato é que a solidão materna pra mim se resume na falta de um olhar para a Dani.
Vem justamente dessa falta de autoconhecimento e autocuidado que parece que gestamos com aqueles embriões. Ser mãe me deixou muito desconexa comigo mesma. Em certos momentos parecia que eu não conhecia essa nova pessoa que precisava ser. Eu precisava dar conta de uma viagem sem ao menos pensar na depilação para usufruir da piscina do hotel.
Eu preciso até hoje olhar tantas coisas, tantas pessoas, tantas possibilidades, que acompanham a mim sem algumas vezes eu mesma estar presente no rolé. É um mundo muito doido, esse de ser mãe, de nunca estar sozinha e mesmo assim sentir solidão.
E de tanta doideira algumas vezes chega a ser censurada essa solidão - pelas outras pessoas e por nós mesmas. Mas, eu admito que muitas vezes essa solitude vem com força por aqui. E se você também se sentir assim, saiba que não está sozinha em mais essa…
Na dança da solidão
Estávamos viajando pelo Uruguai quando decidimos comprar um bom bife de ancho e uma boa garrafa de vinho para fazer no apartamento que havíamos alugado em Montevidéu. Enquanto o Rafael fritava o bife, eu liguei a TV para ver a programação local, gosto de fazer isso quando visito outros países. Parei em uma reportagem que falava sobre um vírus respiratório na China, era a COVID, e eu lembro de dizer: imagina se isso chegar no Brasil, nós não temos todos esses caminhões para limpar as ruas e nem todos esses EPIs para as pessoas.
Durante essa viagem, eu tinha certeza de que iria menstruar, cheguei a ir ao banheiro algumas vezes com o OB na mão. Mas a menstruação não vinha, achei que era só porque estava viajando. Uma semana após voltarmos ao Brasil, nada da menstruação vir. Fiz o teste de farmácia e lá estavam os dois palitinhos. Grávida.
O Rafael ajoelhou e beijou a minha barriga, eu estava com sono e cólica, fiquei atônita e com medo de acontecer alguma coisa. No dia seguinte, comecei a mandar mensagens para as pessoas que eu conhecia que tiveram filhos para pedir recomendação de obstetra. Acabei com uma lista bem grandinha, escolhi a primeira da lista, marquei e fui. Achei que iríamos começar ali uma via-sacra em busca da obstetra ideal, mas na semana seguinte, tudo fechou e a COVID chegou com força por aqui.
Eu tinha gostado da médica e como sair por aí não era mais uma opção, ficamos com ela. Muito antes do que eu tinha planejado, contamos para a família numa call e depois para amigos. Minha mãe diz que abraçou uma árvore, já que não tinha ninguém lá com ela. Os dias começaram a voltar ao normal e eu comecei a entender que a minha vida ia mudar e muito. Meu corpo foi o primeiro a mudar, depois decidimos que precisávamos mudar o banheiro e, por fim, a maior de todas as mudanças: eu fechei minha empresa.
Lembro como se fosse hoje, eu ligando para os dois amigos que dividiam o espaço da empresa comigo. Aquela ligação, falar para outras pessoas da decisão, era o ato de tornar real o fim de cinco anos de empreitada, de sonhos, de investimentos. Os amigos foram péssimos, falaram que já imaginavam, reforçando um milhão de preconceitos em uma única frase. Na verdade, depois descobri que nem amigos eles eram. Pelo menos não para sempre. Tenho entendido cada vez mais que a amizade é um conceito idealizado e que assim como qualquer relacionamento, a maioria delas, se não todas, serão passageiras e envoltas em um jogo de interesse que nada tem a ver com o amor.
No último mês de gravidez, eu sentia uma solidão enorme. Saía para caminhar nas ruas mais desertas do bairro para me exercitar. Era o único exercício físico possível. Queria desesperadamente falar e estar com outras pessoas, ir na roda de conversa que indicaram no grupo, na hidroginástica, no bar... Entrei em dois grupos no WhatsApp, um de mães e outro de grávidas.
Ali tirei a maioria das minhas dúvidas e inseguranças, mas o virtual não consegue substituir o real.
Fechei minha empresa no último mês de gravidez e nunca vou esquecer a total falta de interesse dos meus supostos amigos na minha gravidez e no meu futuro bebê. Aos poucos fui me acostumando com o fato de que nem todo mundo acha muito incrível gerar uma nova vida dentro de si. E que também nem todo mundo vai querer continuar ao seu lado quando todas as dificuldades daquela nova vida se fizerem reais para você.
Quando minha filha nasceu, veio uma nova onda da COVID e todo mundo se isolou ainda mais. A sorte foi que meu companheiro não precisou voltar para o trabalho presencial. Sem ele em casa, não sei o que faria. Aos poucos a bebê foi crescendo e a solidão também. A pandemia não dava nem sinal de melhoras, e um dia o Átila soltou no YouTube que só ia melhorar mesmo em 2024. Foi nesse dia que parei de seguir ele.
Comecei a criar estratégias para espantar aquela sensação de vazio, os primeiros 60 dias pós-parto realmente foram apenas neblina, nevoeiro e chuva forte.
O tempo não falha e, como um bicho ferido, fui lambendo minhas feridas, cicatrizando, deixando o sol entrar. Voltei para a terapia, a vacina veio, ela entrou na creche, novos amigos surgiram por causa da maternidade.
Ainda me sinto sozinha em tantos momentos, mas agora ela já fala, já interage e todo dia tem uma massinha grudada na minha meia. Parece estranho, mas isso me dá uma sensação enorme de companhia. Alguém brincou aqui, eu pisei no chão e algo grudou em mim.
ps: o título é uma referência a essa obra-prima aqui.
Dicas do Peito!
🐣 Com elas (as crias)
O mundo inteiro, de Liz Garton Scanlon
Da Pri
Esse livro é de deixar o coração quentinho, de se sentir pertencente, de compartilhar com os amigos, amar e ser amada. Quase toda vez que leio com as crianças eu me emociono. Ele é de uma delicadeza sem fim. Minha dica, portanto, é ler com as crias e se atentar que o "mundo inteiro somos eu e você".
Você pode comprar aqui
Leia enquanto eles dormem
Da Marcela
Aquelas várias horas amamentando um recém-nascido deixam a gente solitária demais. Sem poder se mexer muito muitas vezes. Minha dica: tenha água por toda a casa. Mas opa, a dica em si é outra: aproveite esse tempo parado para ler livros em paz. Mãe de dois ou mais não vai ter lá tanta paz assim nem tanto tempo morto, mas nos momentos que tiver, aproveite para ler um livro e ter um diálogo interior.
Convide uma amiga com filho
Da Ju
Essa é uma coisa que eu queria fazer mais vezes, nas poucas que fiz gostei muito, que é chamar uma amiga pra ir pra sua casa fazer nada (junto com as crianças). Pode ser um dia bem à toa, sem nada especial programado, mas ter alguém para conversar, pra olhar as crianças enquanto você vai ao banheiro com calma ou faz aquela ligação chata para marcar exames, ou apenas pra dividir um lanche, pode te ajudar a não se sentir tão solitária e afinar esses laços entre vocês. Estar junto no dia a dia costuma aproximar mais as pessoas do que apenas encontrar em eventos ou festas. E se a gente quer construir uma rede de apoio, precisa tomar os primeiros passos.
Praça do bairro
Da Catarina
Frequente uma pracinha próxima a você; crie essa rotina. Mesmo que você tenha um prédio com playground, a praça é um ótimo lugar para interagir e descansar. É importante sair de casa tanto para crianças quanto para adultos. Além disso, é um espaço público que pode ser desfrutado por todos. O Rio possui muitas pracinhas maravilhosas. A da Urca está precisando de manutenção, mas ainda assim é um ótimo espaço que aproveitamos bastante.
💃 Sem elas (as crias)
A mãe e a reclamação eterna
Da Pri
Essa dica tá mais pra reflexão. Agora, como mãe e dona da minha própria casa, consigo entender aquela reclamação e gritaria que não acabava mais. A tentativa vã, solitária e indigna das nossas mães de chamar a atenção pro invisível. Pra tudo que tava ali e eu não via. Vamos procurar entender (lá como elas nos falavam pra fazer) quanto amor tinha ali na casa limpa, na roupa lavada, na comida posta. Eu amei esse vídeo porque a Hana Khalil quase que desenha os lares de classe média regidos por "donas de casa", que foi bem a minha realidade. Sinto muito mãe, por essa sua solidão que eu praticamente não tive acesso e nunca fiz nada a respeito…
Redes virtuais
Da Marcela
A melhor forma de se fortificar na maternidade é trocando com outras mães. Dividir dúvidas e angústias da maternidade real, sem romantizações e com sinceridade e acolhimento. Caso você não tenha essa rede presencial, se cerque de forma virtual. Duas formas muito legais de fazer isso são:
Grupo de mães de whatsapp muitas vezes são de imensa ajuda e fonte de novas amizades - o Divinas Tretas nasceu de um!
Siga perfis de maternidade sinceros e sem maquiagem para redes sociais. Essas influencers podem parecer que não são rede de apoio porque não são suas amigas diretas, mas ó, tem dias que a gente precisa ver que certas coisas acontecem com todo mundo e não só com a gente e elas entram bem aí. Recomendo alguns especificamente (são famosonas, mas quem é nova nesse mundo de maternidade talvez precise de indicações iniciais):
Date comigo mesma
Da Ju
A Jeska Grecco, criadora de conteúdo e podcaster, a partir do seu próprio movimento de descoberta da solitude, criou essa #datecomigomesma com o intuito de incentivar outras pessoas a desfrutarem de suas próprias companhias em momentos de lazer. Ela não é mãe mas eu acho que é importante pra toda mulher aprender a curtir ficar sozinha. Pessoalmente, eu adoro a minha companhia e ando precisando me levar pra sair, pro cinema, pra um rolê na livraria sem ninguém mais. E você?
Tire fotos suas!
Da Dani
Não há uma mãe que não tenha a memória do celular ocupada quase que 100% por fotos e momentos dos filhos e quase nenhum dela mesma.
Então, minha dica é: tire fotos suas! Registre momentos bonitos, engraçados, de inspiração. É um exercício que eu faço e que me faz muito bem quando eu vejo.
Fone de ouvido sem fio e podcasts
Da Catarina
Uma coisa que me ajudou muito no começo do puerpério foi um fone de ouvido sem fio e ouvir podcasts para distrair a mente. O modelo com fio não funcionava, pois a bebê acabava se enrolando nele. Comprei um fone sem fio que logo estragou, mas depois adquiri esse aqui, que ainda uso até hoje. Inicialmente, eu o utilizava na hora de amamentar, depois durante as brincadeiras, e agora uso também para caminhar e cozinhar.
Atualmente, tenho curtido os seguintes podcasts: "Desculpa alguma coisa" da Tati Bernardi e "Isso Não é Noronha". Ambos são de entrevistas e entretenimento. Para me manter informada sobre o que está acontecendo no Brasil e no mundo, eu escuto "O Café da Manhã" e "O Assunto".
🎶 Já conhece as nossas playlist no spotify?
→ Para ouvir sem as crias
→ Para ouvir com as crias
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